POLÍTICA
Projeto que regulamenta food trucks proíbe a venda de bebida alcoólica
Proposta do vereador Anderson Maia será discutida em audiência pública na Câmara Municipal com a prefeitura e comerciantes
Publicado em 19/04/2016 às 16:20
O vereador Anderson Maia (PSB) apresentou um projeto de lei, que regulamenta a comercialização de alimentos em veículos – os Food Trucks - nas áreas públicas de Campina Grande. A propositura, no entanto, proíbe a venda de bebidas alcoólicas. O comércio de alimentos será realizado em três categorias de equipamentos.
A primeira estabelece que os equipamentos montados sobre veículos a motor ou rebocados por estes, desde que recolhidos ao final do expediente, devem ter o comprimento máximo de 6,3 m (seis metros e trinta centímetros). A segunda prevê a comercialização em carrinhos ou tabuleiros, montados em estrutura tracionada ou carregada pela força humana. A terceira diz que os alimentos comercializados em barracas desmontáveis.
Anderson explicou que será realizada uma audiência pública na próxima semana com representantes da prefeitura, comerciantes que trabalham com food trucks e a população para discutir o número de equipamentos, locais, regras para permissão e taxas.
“Estamos em um momento de crise econômica e entendo que uma saída para o desemprego crescente é o empreendedorismo. No entanto, como toda atividade comercial, os food trucks carecem de regulamentação, que deve vir para favorecer a atividade, e nunca prejudicar os comerciantes estabelecidos e principalmente incrementar o ramo gastronômico em nossa Cidade. Assim, muito além de consultar especialistas no assunto e de buscar fazer um dos mais completos projetos de lei do Brasil sobre o tema, teremos o cuidado de discutir essa lei diretamente com os principais envolvidos, buscando sempre a eficácia dos nossos projetos. É com essa transparência que trabalhamos e é essa a harmonia que buscamos”, ressaltou o vereador.
Modelo importado dos EUA
Os Food Trucks, como são conhecidos os veículos estilizados e adaptados para produzir e servir refeições nas ruas, tornaram-se uma opção de negócio para quem pensa em investir no mercado da alimentação e gastronomia no Brasil.
O termo “Food Truck” e a forma como os alimentos são comercializados nesta modalidade foi importado dos Estados Unidos. A história do Food Truck começa há muito tempo atrás, por volta de 1860. Segundo referências, em 1866, no Texas, USA, Charles Goodnight já transportava alimentos e utensílios, em um caminhão militar adaptado, para servir refeições a tocadores de rebanho que viajavam por milhas para manejar o gado.
Com o passar dos anos, outras alternativas para servir alimentos de forma itinerante foram sendo desenvolvidas. Carrinhos de churros, pipoca e cachorro quente, operados por ambulantes em regiões de grande movimento de pessoas são hoje parte da paisagem urbana.
Embora o comércio ambulante de comida de rua não seja um conceito novo, a modalidade “Food Truck”, como é conhecida atualmente, traz uma série de inovações para este mercado. O estigma de comida barata, de baixa qualidade oferecida pelos Food Trucks começou a mudar na primeira década deste século, principalmente a partir da crise econômica de 2008 nos Estados Unidos.
A crise enfrentada por americanos e europeus levou muitos restaurantes a fecharem suas portas. Sem opção, alguns chefs investiram na velha modalidade de fazer comida na rua, agregando valor e oferecendo pratos requintados, de alta gastronomia, a um custo menor que praticado em um restaurante.
O mercado aceitou bem a ideia e logo grandes filas eram vistas ao redor dos Food Trucks na cidade de Nova York. Este boom atraiu a atenção de empreendedores ao redor do mundo e o conceito se espalhou tanto pela necessidade de vencer a crise, como pela oportunidade de negócio. Hoje, Food Trucks são encontrados nos principais centros urbanos, como Londres, Paris, Berlim e Tóquio, servindo comida étnica, local e gourmet, de qualidade, a um custo acessível.
Alguns empreendedores Brasileiros com acesso a estas cidades também gostaram da ideia e trouxeram o conceito para o Brasil. O movimento por aqui ganhou força no início de 2014.
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