VIDA URBANA
CRM arquiva 'caso da furadeira' do Trauma
O corregedor argumenta que o uso da furadeira doméstica não teria causado danos para pacientes.
Publicado em 10/05/2012 às 8:00
A 1ª Câmara de Julgamento do Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM/PB) decidiu por unanimidade arquivar a sindicância que apurava o suposto uso de furadeira doméstica no Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. A votação aconteceu na última segunda-feira. Segundo o corregedor do CRM, José Mário Spíndola, apesar do CRM constatar a utilização de furadeira doméstica em cirurgias realizadas na unidade hospitalar, os 11 integrantes do Conselho decidiram não levar o caso adiante.
O corregedor argumenta que o uso da furadeira doméstica não teria causado danos para pacientes. “O Conselho verificou a utilização de furadeira doméstica, mas o uso ocorreu em situações emergenciais e durante a utilização não houve danos para pacientes”, afirmou. Acrescentou ainda que “a direção do hospital corrigiu o problema logo após a denúncia e o CRM passou a realizar fiscalizações de rotina para verificar as normas”, afirmou.
O uso de furadeiras domésticas no Hospital de Trauma em João Pessoa veio à tona em setembro do ano passado, durante audiência pública realizada na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP). Na ocasião, o médico Ronald Farias denunciou que o equipamento conhecido como craniótomo, que deveria ser usado nos procedimentos cirúrgicos, estaria quebrado há mais de um ano e, em seu lugar, estaria sendo usada furadeira doméstica. Na época, a Secretaria de Estado da Saúde negou a suposta irregularidade.
A Promotoria da Saúde de João Pessoa passou a investigar o caso e o CRM instaurou a sindicância para averiguar o caso. Em fevereiro deste ano houve uma nova denúncia do Sindicato dos Médicos da Paraíba de que a unidade hospitalar ainda estaria usando furadeiras domésticas produzidas exclusivamente para atividades na construção civil em cirurgias de pacientes, prática condenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Na ocasião, o presidente do CRM, João Medeiros, disse que a nova denúncia era grave e seria investigada pelo Conselho.
Com relação à demora do julgamento, Espínola disse que os julgamentos acontecem de forma cronológica e existem muitas demandas.
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