VIDA URBANA
Exame descarta suspeita de calazar em criança internada esta semana
Menino de 6 anos internado no Arlinda Marques sofre de anemia profunda. Quadros de sintomas das duas doenças se confundem. Uma bebê ainda está em tratamento por calazar.
Publicado em 31/07/2010 às 9:45
Luzia Santos
Do Jornal da Paraíba
A suspeita de um segundo caso de leishmaniose visceral, conhecida por Calazar, em uma criança internada no Complexo de Pediatria Arlinda Marques, foi descartada no final da tarde da sexta-feira (30). Um exame de laboratório comprovou que o menino de apenas seis anos, que chegou ao hospital na quinta-feira, está com anemia profunda. Já a outra criança internada desde o último dia 20, ainda permanece em tratamento.
Segundo a diretora do hospital, Darcy Lucena, os resultados dos exames feitos no menino saíram na tarde de ontem. O garoto que é natural da cidade de Cuité de Mamanguape, no Litoral Norte, apresentava perda de peso e falta de apetite, sintomas que se assemelham ao do Calazar.
O calazar é uma doença transmitida por insetos hematófagos (que se alimentam de sangue), conhecidos como flebótomos ou flebotomíneos, também chamados de mosquitos palha, que abrigam o parasita causador da doença em seu tubo digestivo. O flebótomo mede de 2 a 3 milímetros de comprimento e devido ao seu pequeno tamanho é capaz de atravessar as malhas dos mosquiteiros e telas. Ele é mais encontrado em lugares úmidos, escuros, onde existem muitas plantas. Todavia, os hospideiros naturais dos flebótomos são principalmente cães e gatos.
O bebê de oito meses de idade internado desde o dia 20 de julho já teve o diagnóstico confirmado. Ela, que mora no Bairro das Indústrias, é o 15º caso da doença este ano no Estado. De acordo com Secretaria Estadual de Saúde, duas pessoas morreram.
A diretora do Arlinda Marques, Darcy Lucena, explicou que os principais sintomas são a palidez acentuada, manchas pelo corpo e abdômen e inchaço abdominal, devido ao aumento do baço e do fígado. Mas a leishmaniose também pode causar lesões na pele, infecções em órgãos como fígado e medula óssea, febre, anemia, desidratação, desmaios, sangramentos e perda de peso.
O tratamento é de 20 dias. Dependendo da evolução do quadro de saúde da criança, o paciente pode ser liberado para passar 30 dias em repouso em casa e retornar para fazer um novo exame na medula. Se não for detectada a presença de parasitas, ele recebe alta. Caso ainda haja algum protozoário do tipo 'leishmania' na medula, o paciente deverá ser submetido a um novo ciclo de tratamento. A diretora também ressaltou que a doença não é epidêmica, sazonal, nem contagiosa.
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