VIDA URBANA
Zona Sul de JP é área com mais moradores
Estimativa da Seplan é de que no ano de 2027 a população de João Pessoa será de 1,01 milhão, de acordo com estudo.
Publicado em 19/07/2014 às 6:00 | Atualizado em 06/02/2024 às 17:04
Região é a mais promissora no que se refere ao adensamento demográfico e vem recebendo várias edificações e serviços. João Pessoa, terceira cidade mais antiga do país, passa por um grande adensamento, ou seja, aumento populacional e urbanístico. Até o final deste ano, a capital terá 760 mil habitantes, mantendo a taxa de crescimento demográfico da última década (1,63% ao ano), segundo informações da Secretaria Municipal de Planejamento (Seplan). O órgão aponta a Zona Sul da cidade como uma das áreas mais promissoras para o adensamento.
A estimativa da Seplan é de que no ano de 2027 a população de João Pessoa será de 1,01 milhão, de acordo com estudo de projeção elaborado com base na evolução do Censo 2000 e 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Dados do último Censo do instituto mostram que a capital possui 723.515 habitantes.
O titular da Seplan, Rômulo Polari, disse que João Pessoa já está com sua área praticamente toda tomada urbanisticamente e garante que, até o final da gestão, o programa de habitação popular da prefeitura entregará 13 mil unidades habitacionais, sendo grande parte construída na Zona Sul. “É onde ainda se tem espaço para expansão. E para atender à demanda, as construções habitacionais são verticais e multifamiliares, pois se fossem unidades unifamiliares (casas individuais) não daria”, afirmou.
Polari frisou que, para alcançar esse futuro, aspectos essenciais de expansão e modernização da infraestrutura, sustentabilidade ambiental, inclusão social e correção dos desequilíbrios socioeconômicos espaciais servem como base, o que já pode ser comprovado. “Na Zona Sul já vemos a implantação de diversos equipamentos de serviços, como shoppings, comércios em geral, escolas, hospitais e residenciais, cuja perspectiva de mercado é que sairemos dos condomínios horizontais, a exemplo dos existentes na subida do Altiplano, para os verticais”, observou.
O adensamento pressupõe uma sobrecarga nos serviços já existentes, uma vez que receberá maior demanda populacional.
Por isso, o planejamento deve ser realizado com vistas às necessidades básicas da população, como saneamento básico, energia elétrica, educação, saúde e segurança, o que, conforme o secretário, está dentro do cronograma do programa municipal habitacional.
“Todos os novos conjuntos habitacionais da prefeitura contarão com escolas, creches, ginásios esportivos, área comercial e PSF (Programa Saúde da Família), contemplando os serviços sociais básicos. Também contamos com o apoio prévio das empresas fornecedoras daquilo que não dispomos, como água, esgoto e energia”, garantiu Rômulo Polari. “As pessoas que residem nessas áreas devem ter opções para se deslocarem menos para o Centro e outras áreas mais distantes, tendo acesso aos serviços essenciais mais perto de onde moram”, completou.
DENSIDADE POPULACIONAL PREOCUPA
O aumento da densidade populacional em João Pessoa preocupa os membros do Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento da Paraíba (IAB-PB), segundo a conselheira de política urbana do instituto e professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) Luciana Passos.
“A previsão de 1.010.000 de habitantes para ano de 2027 é preocupante. O entendimento do IAB-PB é que, embora o aumento da densidade populacional não corresponda, necessariamente, a um aumento de densidade construtiva, preocupa-nos pensar como essa população ocupará o território.
O aumento da demanda por ocupação territorial somado ao alto custo do preço da terra urbanizada serão dois componentes fortes para pressionar a expansão urbana e o avanço sobre área de preservação, por exemplo”, avaliou.
De acordo com Luciana Passos, estima-se que em 2027 a quantidade de áreas urbanizáveis seja mínima e as áreas delimitadas, por lei, como não edificantes sofrerão pressão por ocupação. “É muito importante que a gestão pública elabore um prognóstico de ocupação territorial, considerando essa estimativa populacional. E, com isso, questões importantes como verticalização, ocupação de vazios urbanos, regularização fundiária e infraestrutura sejam discutidas com a sociedade para se projetar uma cidade sustentável, inclusiva e democrática”, pontuou.
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