VIDA URBANA
Em cinco anos, Paraíba registra mais de 400 casos de estupro
Quase 50% dos casos foram contra crianças e adolescentes, segundo a ONG Centro 8 de Março.
Publicado em 07/01/2017 às 15:45
Em cinco anos, a Paraíba registrou 467 estupros, 49,2% aconteceram contra criança e adolescentes (230). Os dados fazem parte dos relatórios da Organização Não Governamental (ONG) Centro da Mulher 8 de Março, que acompanha mulheres vítimas de violência com auxílios, serviços e campanhas de proteção. Apesar dos números registrados já serem preocupantes, segundo relatou a coordenadora da ONG, Irene Marinheiro, o número real de estupros é ainda maior, pois nem todas as vítimas procuram a polícia após os crimes.
Somente no ano passado foram notificados 18 estupros contra mulheres e 26 contra crianças e adolescentes. Um caso que chamou atenção e chocou o Estado foi o maníaco preso em novembro, que atacou pelo menos 15 mulheres na região do Brejo paraibano. Ele é suspeito de estupros em Esperança, Areial, Montadas, Remígio, Lagoa Seca e outras cidades.
Se contabilizarmos os dados ao longos dos anos é possível perceber uma redução nos casos de estupros de 59,2%. No entanto, Irene Marinheiro acredita que esse tipo de crime pode estar ocorrendo de maneira silenciosa, o que torna mais perigoso para as vítimas, além de dificultar o trabalho da polícia.
Segundo informações do Centro 8 de Março, 70% dos casos de estupros são praticados por pessoas da família, sendo pais, padastros, irmãos, primos, além de amigos próximos da família.
HOMICÍDIOS
A violência contra a mulher não para. Entre 2012 e 2016, 213 mulheres foram mortas e 239 mulheres foram vítimas de agressões na Paraíba. Para a coordenadora do Centro 8 de Março, esses tipos de crimes são, geralmente, cometidos por homens, principalmente parceiros ou ex-parceiros. Decorrem, geralmente, de situações de abusos no domicílio, ameaças ou intimidação, principalmente, quando eles não aceitam a separação.
DELEGACIAS DA MULHER
Em toda a Paraíba já existem estruturas de atendimento à mulher vítima de violência, instaladas nas cidades de João Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Bayeux, Santa Rita, Cabedelo, Patos, Sousa, Cajazeiras, Queimadas e Esperança. “Essas especializadas trabalham com uma equipe multidisciplinar. Além de policiais, psicólogos, assistentes sociais e advogados também dividem o trabalho que, nesses casos, vai além da investigação e eventual punição do agressor. Auxiliamos as mulheres agredidas e familiares a encontrarem o caminho da não violência através de assistência jurídica e psicossocial”, afirmou a delegada Maísa Félix.
No Estado, a fim de enfrentar a violência de gênero, as mulheres ainda contam com o Programa Mulher Protegida, que disponibiliza para vítimas de violência acesso ao SOS Mulher, um dispositivo instalado em um aparelho celular, pelo qual a mulher pode entrar em contato direto com a polícia no caso de se sentir ameaçada. Também é possível denunciar por meio dos telefones 197, Disque Denúncia da Secretaria da Segurança e da Defesa Social.
CRIMES CONTRA AS MULHERES NA PARAÍBA:
2012: (Estrupros – 45, Homicídios – 50, Agressões - 107)
2013: (Estrupros – 38, Homicídios – 37, Agressões - 40)
2014: (Estrupros – 22, Homicídios – 38, Agressões - 31)
2015: (Estrupros – 14, Homicídios – 50, Agressões - 31)
2016: (Estrupros – 18, Homicídios – 38, Agressões – 30)
FONTE: Centro 8 de Março
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