VIDA URBANA
Projeto 'Vias do Atlântico' não sai do papel
Após dois anos de elaboração, projeto 'Vias do Atlântico' não saiu do papel; obras orçadas em mais de R$ 9 milhões não têm prazo para começar.
Publicado em 02/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:04
Com quase dois anos de elaboração, o projeto Vias do Atlântico, que facilitaria a mobilidade urbana entre os bairros Castelo Branco, Bancários e Altiplano, em João Pessoa, ainda não saiu do papel. O projeto foi elaborado por meio de um convênio entre a prefeitura da capital e o governo do Estado, mas ainda não há previsão para o início das obras, orçadas em mais de R$ 9 milhões.
Segundo informações da prefeitura da capital prestadas durante a solenidade de assinatura do convênio entre os governos, seria construída uma estrada de acesso entre um trecho de área de mata, nas proximidades do Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW), no bairro do Castelo Branco, com acesso até as ruas Bancário Waldemar Mesquita e Accioly José de Lira, trecho conhecido como “Três Ruas”, nos Bancários.
A obra contribuiria com a mobilidade urbana e amenizaria a intensidade do tráfego nas avenidas Sérgio Guerra, nos Bancários, e Beira Rio, no bairro Expedicionários. O projeto facilitaria ainda o deslocamento para o bairro do Altiplano, na zona sul da cidade.
O convênio entre o governo do Estado e a Prefeitura de João Pessoa para a construção da estrada foi assinado no dia 27 de dezembro de 2011 e as obras seriam executadas pelo Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DER), mas em vários trechos do local por onde passaria a avenida só há lixo, entulho e sete famílias que vivem na área há quase 70 anos.
A aposentada Maria Daluz de Oliveira, que mora há 65 anos na área, cuja extensão tem mais de cinco hectares, informou que em fevereiro do ano passado uma equipe de engenheiros fez algumas medições, mas as obras nunca começaram. “Os engenheiros fizeram umas anotações e uma bióloga veio fazer a pesquisa sobre as plantas e animais que vivem aqui. Mas até hoje nunca nos informaram sobre esse projeto e nem como ficaria nossa situação, se eles fossem abrir a estrada”, contou.
O temor de dona Maria Daluz e dos demais moradores da área é que eles sejam obrigados a deixar as casas sem uma indenização justa. “O que a gente tem medo é de sair daqui e ir para um lugar distante, com uma casa pequena. Se for preciso a gente sai daqui, mas tem que ser para um local seguro”, disse a dona de casa Fátima dos Santos, que vive em uma das casas há mais de 40 anos.
SEM PREVISÃO
De acordo com a assessoria de comunicação da Secretaria Municipal de Infraestrutura, o projeto “Vias do Atlântico” foi elaborado pela secretaria de Planejamento (Seplan) do município e o DER seria responsável pela execução das obras.
A Secretaria de Estado de Comunicação Institucional informou que o projeto ainda estaria na prefeitura da capital e não teria chegado ao DER. A secretaria informou ainda que, para iniciar a execução das obras, a Prefeitura de João Pessoa teria que cumprir com dois pré-requisitos: desapropriar a área das obras e conseguir a licença ambiental, conforme acordo firmado no contrato de parceria. Entretanto, nenhuma das obrigações teria sido cumprida, impossibilitando a execução das obras.
O secretário de Planejamento do município, Rômulo Polari, informou que o projeto ainda está na sua pasta para análise do convênio, sem estimativa de quando as obras serão executadas e se o projeto inicial vai ser mantido. “Ainda estamos analisando a situação desse convênio, porque o projeto não foi elaborado na nossa gestão. Por enquanto ainda não tem previsão para as obras”, disse.
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