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VIDA URBANA

PM diz que teve medo de morrer no confronto

Policial militar estava de folga quando impediu que um analista de sistemas fosse assaltado por uma dupla armada.

Publicado em 28/02/2014 às 6:00 | Atualizado em 07/07/2023 às 12:39

“Eu tive medo de morrer. Na hora tremi, fiquei naturalmente nervoso, mas consegui cumprir meu papel de defender os trabalhadores de bem que estavam expostos àquela situação”, revelou o policial militar Rodrigo Rodrigues Medeiros, que reagiu a um assalto contra um analista de sistema, efetuando dois disparos contra a dupla de criminosos. O acusado Jefferson de Oliveira Silva, de 26 anos, morreu no local. O crime aconteceu na tarde da última quarta-feira, no bairro José Américo, em João Pessoa.

Em 6 anos de atuação na Polícia Militar, Rodrigo afirmou que nunca precisou usar a arma, nem da força policial para render algum criminoso. Em todas as ações em que foi colocado como militar, o diálogo sempre prevaleceu. Mas na tarde da última quarta-feira, o seu descanso na rede de casa foi interrompido pelos gritos do vizinho que pedia para não ser morto.

“Nesse momento peguei minha arma que estava no carro e saí para rua para observar o que estava acontecendo, e me deparei com a cena de dois homens, um na moto e outro tentando roubar a bolsa do vizinho, que estava com o dinheiro que havia acabado de sacar, com uma arma apontada para ele e já subindo no veículo para fugir. Me identifiquei como policial e pedi para soltar a arma. O carona da moto não obedeceu às minhas ordens e mirou o revólver em minha direção, foi quando efetuei dois disparos, mas apenas um o atingiu”, detalhou.

O outro assaltante que estava pilotando a moto arrancou o veículo, derrubando o comparsa (Jefferson) e fugiu em disparada. Segundo o policial, como o piloto não esboçou nenhuma reação contra a vida dele, o mesmo tinha o direito de fugir e Rodrigo o permitiu que assim fizesse.

“Até mesmo porque quando o assaltante que foi atingido e caiu com o arrancar da moto eu fui até ele, prestei os primeiros socorros na tentativa de reanimá-lo fazendo massagem cardíaca, mas apesar de não ser médico, percebi que ele já não estava com os sinais vitais. Mesmo assim, chamei o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), bombeiros e a polícia”, lembrou.

Tudo não durou mais do que um minuto, conforme relatou o militar, mas ele frisou que foi notável o nervosismo da população, pois apesar dos pequenos roubos que acontecem no bairro, a rua onde a ocorrência foi registrada é tranquila e todos os moradores se conhecem, há mais de 20 anos. “Apesar do susto, os moradores me apoiaram e ficaram do meu lado.

Alguns que estavam dentro de casa me ouviram me identificar como policial. Um dos vizinhos viu toda a ação do primeiro andar, onde mora, e é minha testemunha de defesa. A vítima da tentativa de assalto também testemunhou a meu favor”, disse.

De acordo com Rodrigo Rodrigues, a versão contada à reportagem é exatamente igual ao acontecimento dos fatos, “sem mais, nem menos”, e ressaltou que a sua atitude foi baseada nos princípios da instituição.

“O objetivo da Polícia Militar não é matar, nem agredir ninguém. A polícia tem o dever de proteger a sociedade de um modo geral. Nós recebemos cursos de primeiros socorros e o que eu aprendi, coloquei em prática para tentar salvá-lo. O que eu queria era que ele tivesse se rendido, estivesse preso e pudesse se reeducar para não praticar mais crimes, mas, infelizmente, ele optou pelo que aconteceu com ele”, ressaltou.

Rodrigo Rodrigues disse que apesar de se sentir com medo e temendo a segurança da família, está recebendo o suporte da Polícia Militar, que já disponibilizou uma assessoria jurídica e demonstrou todo apoio necessário.

3 Perguntas para o policial Militar Rodrigo Rodrigues Medeiros

JP: Qual a análise que você faz da sua reação que resultou na morte do assaltante?
Rodrigo: Eu fiz meu dever de polícia em defender a minha vida e da população que estava ali no momento. A minha única alternativa era agir para que não houvesse mais danos do que aquele necessário. Infelizmente, eu não queria tirar a vida de ninguém, jamais queria isso para mim. Não sou um assassino, apenas quis me defender e defender a população.

JP: Você agiu pela razão ou foi a emoção que te motivou a atirar?
Rodrigo: Fui pela razão, pois verbalizei três vezes para que ele se rendesse e colocasse a arma no chão. Tanto eu, quanto ele tivemos tempo para pensar, mas como ele pensou em reagir contra minha pessoa eu precisei ser rápido. Mas também teve um pouco de emoção, pois temi que ele atirasse em mim, já que estavam em maioria e me viram à vontade, sem camisa, porque eu estava de folga em casa, mesmo assim eles não obtiveram êxito.

JP: Você não teme que algum comparsa do assaltante que morreu volte para se vingar, já que viram que você mora naquele local?
Rodrigo: Sim. Já estou estudando a possibilidade de mudar de endereço e ir para outro local. Infelizmente, nós acabamos sendo vítimas também, pois querendo ou não, vou perder o meu sossego. Mas essa é a profissão que escolhi. A polícia não era meu sonho, mas acabou sendo minha paixão. Sempre tentando ajudar a população, não agredindo ninguém, nem querendo que nada de mal aconteça e sim, preservando a nossa sociedade.

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Jornal da Paraíba

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