CULTURA
Samba, rock e estilo
Trio formado por Mateus Machado, Rodrigo ‘Digão’ dos Santos e Dada Soul, abraçam vários estilos em 'Samba Rock Style'.
Publicado em 01/08/2014 às 6:00 | Atualizado em 04/03/2024 às 17:26
O Vitrolla 70 aproveitou o sincretismo do rock para fazer o samba abraçar outros estilos no álbum de estreia Samba Rock Style (Elemess). O trio formado por Mateus Machado (voz), Rodrigo ‘Digão’ dos Santos (baixo) e Dada Soul (teclados) amplia a formação reduzida multiplicando sonoridades com a participação especial das cantoras Marina Decourt, Tereza Gama e Mariela Kruz.
“A gente pensou que algumas músicas ficariam legais com as vozes femininas”, diz Mateus Machado. “Cada música foi composta especificamente para cada uma dessas intérpretes”. Em ‘Minha cor’, por exemplo, a banda flerta com os ritmos latinos com o sotaque cubano de Mariela Kruz, companheira da noite paulistana. “A gente foi apresentado a Mariela pelo do Joel Negrette, que era percussionista na primeira formação. Foi ela quem traduziu a letra para o espanhol.”
Outra parceira da noite que entrou no repertório foi Tereza Gama, vocalista do Clube do Balanço, com ‘Se for meu’. “A Tereza é uma cantora que está há muitos anos no circuito trabalhando essa vertente do samba. Ela tem essa pegada feminina e a música tem tudo a ver com o Clube do Balanço, que são nossos amigos comuns”, avalia.
A surpresa fica por conta de Marina Decourt, que também é fotógrafa e o grupo conheceu por acaso neste outro ofício. “Ela estava fazendo algumas fotos nossas em estúdio e aí acabou mostrando as músicas dela.”
Além dos duetos com todas estas mulheres, Mateus cede o microfone para Tibless Machado em ‘Swinga’, letra do compositor que colabora com várias das faixas. “Na verdade, a gente pensou bem e essa música tem um lance muito particular, é uma história muito pessoal e ninguém interpretaria melhor do que ele”. Particular como a que explica o nome do Vitrolla 70. “A nossa referência é o rock brasileiro dos anos 1970. Todo mundo trabalha em outros projetos paralelos e a gente se conheceu nos backstages, conversando e descobrindo que gostava de coisas parecidas.”
A ideia de gravar Samba Rock Style começou há três anos, mas o disco não passou incólume a este tempo. Uma das canções, que acabou se tornando hit do Vitrolla, ‘Preta rara’, escapou do estúdio quando eles gravavam e foi parar nas mãos dos DJs, em São Paulo. “Vazou uma demo que não estava finalizada e começou a tocar nas baladas e nas rádios. Quando a gente foi perceber, já estava rolando, foi totalmente natural”, lembra Mateus. “A música tem dessas coisas: as pessoas se identificam e começam a gostar e a pedir. Não dá pra gente ter certeza se vai acontecer de novo.”
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