VIDA URBANA
Prova vai revalidar diplomas de médicos formados fora do país
Após denúncia do CRM a UFPB modifica processo de revalidação do diploma de médicos formados no exterior e passará a aplicar provas.
Publicado em 18/11/2011 às 6:30
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) vai aplicar provas escritas e práticas aos 563 médicos formados no exterior e que se inscreveram na instituição para revalidar o diploma. Segundo o pró- reitor de Graduação, Valdir Barbosa, a documentação dos inscritos está sendo analisada e a previsão é que até o final deste ano seja divulgada uma relação de convocados para fazer os testes.
A decisão foi tomada pela UFPB após o Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM/PB) ter denunciado ao Ministério Público Federal (MPF) que o processo de revalidação adotado pela instituição estava falho, sem rigor e poderia permitir que médicos mal preparados começassem a agir no Estado, colocando em risco a vida dos pacientes.
Segundo o presidente do CRM/PB, João Medeiros, inicialmente, os inscritos só precisariam apresentar o histórico escolar da faculdade onde se formou à comissão julgadora da UFPB. Quem tivesse cursado, no exterior, mais de 85% das disciplinas iguais às que são ministradas pela universidade paraibana, já estaria automaticamente apto a ter o diploma revalidado, sem precisar ser submetido a qualquer tipo de prova.
A medida foi adotada desde o ano passado e se tornou motivo de preocupação pelo CRM/PB. A entidade afirma que o processo não é capaz de avaliar se os médicos estrangeiros tiveram formação de qualidade. “Antes, o processo de revalidação dos diplomas era muito rigoroso, havia provas escritas e práticas e índice de aprovação era muito baixo, numa clara demonstração da baixa preparação desses médicos”, lembra Medeiros.
“Com a mudança no processo, só basta mostrar que a grade curricular é compatível com a UFPB. Mas isso não garante que o médico teve uma boa formação, porque a ementa da disciplina é apenas papel. A faculdade precisa ter laboratórios, aulas práticas e a gente sabe que muitas instituições da América Latina têm baixa qualidade de ensino”, salientou.
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