COTIDIANO
MP cobra inquérito após morte de mais um bebê em maternidade
Promotor solicitou à Secretaria de Segurança a designação de um delegado com urgência para investigar morte de três bebês em uma semana na Cândida Vargas.
Publicado em 12/05/2010 às 10:00 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:36
Karoline Zilah
O promotor de Justiça Arlan Costa Barbosa programou uma visita à maternidade do Instituto Cândida Vargas, em João Pessoa, na manhã desta quarta-feira (12) para dar início às apurações sobre a morte de três bebês em uma semana, a última ocorrida hoje. Ele reforçou a cobrança de abertura de um inquérito policial após a morte de recém-nascido prematuro, com seis meses de gestação, que teve um parto normal forçado no último domingo (9).
Segundo o promotor, ele solicitou ao secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Gustavo Gominho, que designe um delegado em caráter de urgência para as investigações. “Devido a este último caso, o processo tem que acelerar”, declarou Arlan Barbosa.
Segundo ele, as causas das mortes ocorridas na Maternidade Cândida Vargas deverão ser analisadas de acordo com um levantamento que levará em consideração as instalações do hospital, as condições dos medicamentos e se realmente está acontecendo negligência médica no atendimento aos pacientes.
O Paraíba1 procurou a diretora do hospital, Ana de Lourdes, para explicar o que está acontecendo, mas ela estava em reunião para receber o Ministério Público. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde da Prefeitura de João Pessoa, uma nota oficial será divulgada após a visita do promotor. A maternidade, que até abril deste ano realizou mais de 2.200 partos, é considerada referência em todo o Estado no atendimento de casos de médio e alto risco.
Três bebês mortos em uma semana
A família da paciente Lidiane Cátia de Souza Queiroz, de 19 anos, vinda do município de Gurinhém à Capital, denuncia que a equipe médica teria machucado as pernas do bebê, uma menina chamada Lívia, com o uso do fórceps durante o parto. A filha ainda sobreviveu por dois dias, mas morreu na manhã desta quarta-feira.
As outras duas mortes aconteceram ainda no ventre das mães na semana passada, com pacientes vindas do interior do Estado. As mães que perderam seus filhos foram Patrícia Pedro da Silva e Maria do Carmo Silva.
No caso desta última paciente, de 42 anos, ela estava grávida de 34 semanas, o equivalente a oito meses, foi internada no dia 28 de abril na Maternidade Cândida Vargas com a perda de líquido. Passou três dias no hospital e foi mandada para casa. Sentiu-se mal e foi orientada a voltar para a maternidade no último sábado. No entanto, ao ser submetida a uma ultrassonografia, constatou-se que o bebê estava morto.
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