Assaltos a casas financiam defesa de traficantes

O dinheiro arrecadado com assaltos a residências da Região Metropolitana de João Pessoa pode estar sendo utilizado para custear as despesas com a defesa de traficantes que estão detidos em presídios da Paraíba e também em outros estados.

Desde o mês de fevereiro, período em que três adolescentes fugiram do Centro Educacional do Adolescente (CEA), foram registradas 12 invasões a residências.

As afirmações são do comandante do 5º Batalhão da Polícia Militar (5º BPM), tenente-coronel Lívio Sérgio, que acrescentou ainda que esses crimes visam a amenizar os prejuízos causados pela frequente apreensão de drogas que está ocorrendo. Durante a noite da última quinta-feira, o 5º BPM prendeu um grupo acusado de praticar os assaltos.

A ação policial ocorreu na comunidade Pousada do Conde, no município do Conde, Litoral Sul do Estado, e resultou na prisão de Daniel Alves da Silva, de 21 anos, e na apreensão de dois adolescentes (ambos com 17 anos). Conforme o coronel, um suspeito conseguiu fugir e um dos adolescentes que foi apreendido é fugitivo do CEA. Na operação houve troca de tiros entre os policiais e os acusados. Daniel Alves foi atingido por dois disparos.

Com o grupo foram apreendidos três revólveres, sendo um de uso proibido, uma espingarda calibre 12 municiada e objetos que haviam sido roubados de uma residência no bairro dos Bancários. “Todos já haviam sido reconhecidos durante procedimento na delegacia. Ao perceber a abordagem da polícia, eles tentaram fugir pela parte de trás da casa, mas a equipe fez perseguição e aprendeu os dois adolescentes ainda com as armas na cintura,” disse o tenente-coronel Lívio Sérgio.

“Verificamos que desde a fuga destes adolescentes houve um aumento nas ocorrências de assalto a residências e todas as vítimas apontavam as mesmas características que descreviam os internos fugitivos. Dois já foram recapturados e um ainda não foi localizado,” disse o militar.

Com a conclusão da prisão e apreensões, a PM foi informada por moradores que o corpo de um homem havia sido enterrado na mesma comunidade. O corpo estava enterrado a aproximadamente 500 metros da residência onde o grupo estava refugiado.A polícia suspeita que seja de um outro adolescente fugitivo do CEA e integrante do grupo.

A reportagem tentou falar com o secretário Estadual de Segurança e Defesa Social (Seds), Cláudio Lima, mas ele estava em uma viagem de trabalho.