VIDA URBANA
67,12% dos alunos não concluem ensino médio
Estudo mostra que de 1991 a 2010, menos da metade dos jovens de 15 a 17 anos conseguiram concluir os níveis fundamental e médio na Paraíba.
Publicado em 31/07/2013 às 6:00 | Atualizado em 14/04/2023 às 14:40
Dados do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), mostram que 67,12% dos adolescentes, de 15 a 17 anos, não concluíram o ensino médio e 55,15% não tinham o ensino fundamental completo em 2010. Os dados, divulgados na última segunda-feira, integram os Índices de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) da Educação.
Apesar do crescimento do acesso ao ensino básico na Paraíba, no período de 1991 a 2010, mostrado pelo estudo, menos da metade da população de jovens de 15 a 17 anos conseguiram concluir os níveis fundamental e médio. Contudo, o IDHM da Educação apontou crescimento de 190,58% no indicador na Paraíba nas duas últimas décadas. No entanto, em 2010 o Estado ocupou a 19ª colocação no país, com um índice de 0,555. No primeiro ano da pesquisa, o IDHM da Educação no Estado ficou em 01991 e no patamar de 0,331 em 2000.
Em relação ao percentual de alunos dos 5 aos 6 anos matriculados no ensino fundamental, em 20 anos, ele passou de 37,78% para 94,13%. Integrando este grupo estão o filho e a sobrinha da dona de casa Severina dos Santos. Ela conta que o filho, de 9 anos, ingressou na escola aos 5 e está concluindo a primeira fase do ensino fundamental, sem nenhuma repetência. A mesma disciplina é seguida pela prima, Daniele Oliveira, de 7 anos.
Se o Estado continuar com o crescimento positivo na educação, essas crianças caminham para o grupo que concluirá o ensino fundamental na faixa etária adequada. A pesquisa do Pnud revela que o número de estudantes, dos 11 aos 13 anos, matriculados nos últimos anos ou que já concluíram este mesmo período escolar também avançou, saindo de 18,41% para 81,67%.
Ainda considerando o ensino fundamental, a porcentagem de pessoas com 18 anos ou mais que conseguiram concluir este nível no Estado deixa a desejar. Em 2010, somente 42,55% das pessoas com a faixa etária deste grupo terminou o ensino fundamental.
No caso do ensino médio, os dados mostram um crescimento na porcentagem de pessoas com este nível de escolaridade concluído. Em 2010, somente 32, 88% da população, na faixa etária dos 18 anos 20 anos, tinham completado este período escolar.
Após duas repetências no ensino fundamental, José Antônio do Nascimento, de 17 anos, ingressou no ensino médio somente este ano e deverá fazer parte deste grupo. Segundo o estudante, o atraso nos estudos aconteceu devido à falta de disciplina com as séries iniciais no ensino fundamental. “Na primeira e terceira séries, eu não prestava muita atenção nas aulas. Mas, desde a sexta série, estou mais estudioso. Minhas notas melhoraram e acho que não vou mais repetir”, disse.
O IDHM varia de 0 a 1 e quanto mais próximo de 1 melhor.
ÍNDICE DA EDUCAÇÃO EM JP CHEGA A 0,693
O IDHM de João Pessoa cresceu 99,13% nas duas décadas. Isso coloca a capital abaixo da média do crescimento nacional (128%) e do Estado (190,57%). Contudo, o IDHM da Educação na capital foi de 0,693, em 2010, enquanto o da Paraíba foi 0,555. Em 1991, o IDHM na capital era de 0,348.
Com relação ao ingresso de crianças e adolescentes no Ensino Fundamental, a capital acompanhou o crescimento das taxas do Estado. Em 2010, 92,59% das crianças dos 5 aos 6 anos frequentavam a escola, e 85,46% na faixa etária dos 11 aos 13 anos estavam nas últimas séries ou tinham concluído este nível escolar.
O mesmo progresso significativo não acompanhou os alunos do Ensino Médio. Ainda em 2010, o percentual de 47,88% das pessoas, de 18 a 20 anos, conseguiram concluir essa última fase da educação básica, em João Pessoa.
O secretário da Educação de João Pessoa, Luiz de Sousa Júnior, recebeu os dados com otimismo e destacou os programas do governo federal, incluindo o Bolsa Família, como incentivadores do ingresso e permanência das crianças na escola. O secretário informou ainda que nos próximos quatro anos, as vagas de educação infantil passarão de seis para 12 mil. (Colaborou Luzia Santos)
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