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VIDA URBANA

CRM interdita a UTI do Hospital Clementino Fraga

UTI foi interditada eticamente pelo CRM-PB por não apresentar médicos suficientes para cobrir o regime de plantão.

Publicado em 28/03/2013 às 6:00


A partir de hoje o Hospital Clementino Fraga, em João Pessoa, que é referência na Paraíba no tratamento de doenças infectocontagiosas, não poderá mais receber pacientes em estado grave. O motivo é que a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da unidade foi interditada eticamente no início da tarde de ontem, por fiscais do Conselho Regional de Medicina na Paraíba (CRM-PB) por não apresentar médicos suficientes para cobrir o regime de plantão.

De acordo com o diretor de fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça, no momento da visita dos fiscais não havia médico para atender os seis leitos da UTI, dos quais cinco estavam ocupados. Conforme o representante do CRM, esta situação estava acontecendo no hospital desde a última segunda-feira, quando foi encerrado o prazo para o acordo entre os médicos que atendiam no setor, cujo trabalho é terceirizado por meio de uma cooperativa médica e a Secretaria Estadual de Saúde (SES).

“O médico que trabalha na UTI é exclusivo da unidade e na hora que fomos ao hospital não tinha médico. Isso é inaceitável, porque se o quadro do paciente se agravar ou ocorrer até mesmo um óbito no horário do plantão e não tiver um médico na UTI, a culpa será do hospital”, explica Eurípedes Mendonça.

Ainda segundo Eurípedes Mendonça, o contrato entre os médicos terceirizados e a SES havia terminado desde dezembro do ano passado, mas os médicos intensivistas estabeleceram um prazo para trabalhar na unidade até a última segunda-feira, com a promessa de que os contratos seriam renovados.

“Durante todo esse período, os médicos estavam trabalhando sem receber. Como os contratos não foram renovados, eles deixaram o hospital”, completa.

Quanto aos pacientes que estão internados na unidade, Eurípedes Mendonça esclarece que o atendimento não será comprometido e será de responsabilidade dos médicos do hospital, bem como os demais procedimentos que não necessitem de internação. “Os pacientes que estão no momento internados na Unidade de Terapia Intensiva continuam recebendo atendimento médico intensivo. Porém não serão admitidos novos internos”, lamenta.

De acordo com o relatório do Conselho Regional de Medicina (CRM) na Paraíba, o hospital só poderá receber novos pacientes para tratamento intensivo quando apresentar a escala de plantão médico completa ao órgão. No entanto, o órgão não estabeleceu um prazo para que a SES regularize a situação da unidade hospitalar.

NOTA
Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde informou, que “não há motivos técnicos e/ou administrativos que justifiquem qualquer tipo de interdição por parte do Conselho Regional de Medicina” e “que todos os serviços de medicina intensiva do Hospital Clementino Fraga não sofrerão quaisquer interrupções no atendimento e que já adotou todas as providências no sentido de manter a escala de plantonistas em plena regularidade”.

A secretaria informa ainda que o governo do Estado atualmente remunera cada plantão médico de cooperativas pelo valor de R$ 2.200,00, não sendo possível atender à solicitação dos especialistas em medicina intensiva de reajustar em mais 15%, considerando que este é acima do valor da inflação e distante da realidade nacional.

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Jornal da Paraíba

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