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VIDA URBANA

Mãe de Rebeca Cristina quer proteção policial contra esposo

Tereza Cristina decidiu pedir proteção policial após saber que esposo e padrasto de Rebeca era o suspeito investigado.

Publicado em 18/07/2015 às 6:00

Tereza Cristina Alves, mãe de Rebeca Cristina, estuprada e morta no dia 11 de julho de 2011, quer proteção policial contra Edvaldo Soares da Silva, seu esposo. O pedido, segundo ela, foi motivado pela descoberta de que a Polícia Civil o estaria apontando como o autor intelectual do crime. “Eu fiquei sabendo disso hoje e até então eu estava com ele. Você ficaria ao lado de uma pessoa dessas?”, questionou a mãe. O suspeito agora reside no 1º Batalhão de Polícia Militar, de acordo com o coronel Lívio Delgado, comandante de Policiamento da Região Metropolitana (CPRM).

De acordo com Tereza, a proteção policial ou a medida protetiva vai ser pedida porque, até o momento, ela não desconfiava dele e, agora, acredita que podia estar “dormindo com o inimigo”. “Eu quero apoio da polícia, do coronel Euller, do secretário de Segurança, de alguém, porque até agora eu não tive o apoio de ninguém. Há duas semanas não consigo falar com o delegado e agora sei que meu marido é um forte suspeito. Eu estou com medo, quero uma medida protetiva até que se prove o contrário”, revelou.

A divulgação do nome do principal suspeito do crime, no entendimento da Polícia Civil, foi feita pela promotora responsável pelo caso, Artemise Leal, do 1º Tribunal do Júri da Capital. Ela recebeu no mês passado um documento que continha o pedido de prisão preventiva de Edvaldo Soares, contudo, por acreditar que os indícios contra ele eram frágeis, deu parecer contrário, sendo acompanhada pelo magistrado.

De acordo com a promotora, o motivo apontado pela polícia no pedido de prisão preventiva seria a descoberta por Rebeca de um caso extraconjugal do padrasto. “No pedido de prisão eles disseram que Rebeca teria descoberto um caso do padrasto, com um homem ou uma mulher, e o estaria extorquindo. Para se ter uma noção, até o momento Tereza ainda vivia com ele e não temos provas dessas ameaças. No pedido, eles não apresentaram a possível ligação dele, que apontam como mandante, com um possível executor. E nós temos um executor, que é o dono do DNA encontrado nas genitálias e nas unhas de Rebeca. Me apontem esse executor e me liguem ao mandante”, comentou.

“Sinceramente, quisera eu estar hoje fazendo a denúncia e, posteriormente, fazendo o júri dessa pessoa. Mas eu preciso ter responsabilidade no que eu faço. Não posso acusar um inocente sem ter fortes indícios em desfavor desse cidadão”, declarou, revelando que espera a realização de mais diligências por parte da Polícia Civil.

POLÍCIA MILITAR ABRE NOVA SINDICÂNCIA
Após ter o nome do esposo revelado pela promotora e a certeza de que a polícia acredita que ele é autor do crime, Tereza Cristina pediu apoio policial para retirá-lo de casa e, ainda, pediu que a polícia “cuidasse dele”, conforme o coronel Lívio Delgado, comandante do CPRM. “Ele foi encaminhado ao 1º Batalhão de Polícia Militar, onde trabalha, e ficará lá até encontrar outro local para ele ir. Ele ficará lá em resguardo a sua vida, não porque está preso”, esclareceu.

Conforme o comandante do CPRM, no início das investigações do caso Rebeca, a Comissão Estadual de Direitos Humanos (CEDH) apontou o envolvimento de policiais no caso, motivo pelo qual a Polícia Militar abriu uma sindicância para apurar o caso. “O secretário de Segurança deu declarações de que a Polícia Civil tem certeza do envolvimento de policiais militares e a Comissão de Direitos Humanos também, inclusive de policiais de alta patente. Por esse motivo, abrimos, à época, uma sindicância, na qual o cabo Edvaldo foi ouvido, inclusive o sargento Alcântara, também apontado pelos Direitos Humanos, foi ouvido, mas não tivemos conclusão do inquérito nem nada que os apontasse como suspeitos. Agora estamos abrindo nova sindicância, face a mais essas denúncias”, explicou.

O comandante do CPRM ainda afirmou que Tereza Cristina Alves pediu apoio ao esposo e também para ela, contudo ela foi orientada a procurar a Delegacia da Mulher.

FEDERALIZAÇÃO
No dia 3, o Conselho Estadual de Direitos Humanos da Paraíba (CEDH-PB) protocolou no Ministério Público Federal (MPF), um pedido de federalização do ‘Caso Rebeca’ e de outros três casos de mortes violentas, ocorridos entre 2011 e 2013 na Paraíba.

DILIGÊNCIAS SÃO EM SEGREDO
O delegado responsável pelo caso, Glauber Fontes, foi questionado, mais uma vez, sobre a participação do padrasto e das diligências realizadas pela Polícia Civil. Ele, contudo, explicou que as diligências estão em andamento e ocorrem em sigilo. “A Polícia Civil se resguarda no direito de se manifestar apenas no momento oportuno porque, qualquer coisa que for dita, poderá prejudicar o inquérito policial”, limitou-se a dizer. Durante todo o dia de ontem ele foi procurado outras vezes, contudo, não atendeu a nenhuma das ligações.

Na última quinta-feira, cumprindo mais diligências requisitadas pelo Ministério Público, a Polícia Civil ouviu mais uma vez o padrasto de Rebeca. De acordo com a promotora Artemise Leal, o objetivo das diligências é trazer mais indícios do envolvimento dele no crime. “Eu só posso fazer a denúncia caso a polícia apresente alguma prova que ligue o mandante ao executor ou alguma prova mostrando uma ameaça dele à vítima, por exemplo, senão a polícia estará apenas elegendo uma pessoa”, disse.

A promotora ressaltou que, quatro anos depois da morte da adolescente, a polícia ainda não teve êxito em descobrir o executor do crime mesmo possuindo o perfil genético, através do exame de DNA.
No momento, a polícia possui convicção da presença de, ao menos, dois autores, no homicídio de Rebeca, dentre os quais um seria o padrasto. Para a promotoria, por sua vez, apenas uma pessoa pode ser colocada na cena do crime, pois, até o momento, há apenas um material genético associado à morte da adolescente.

TRÊS PERGUNTAS PARA EDVALDO SOARES, PADRASTO DE REBECA

JP: O senhor está sendo apontado, mais uma vez, como autor do estupro e homicídio de Rebeca. O que o senhor tem a dizer sobre isso?

A minha inocência me deixa tranquilo. Essas acusações contra mim são tão graves que a própria promotora rejeitou o pedido de prisão contra mim. Eles querem dar um tiro no escuro, me usando como 'bode expiatório'. Eu, honestamente, não estou nem preocupado.

JP: Quando o senhor foi intimado para prestar novo depoimento, percebeu que havia algum novo indício contra o senhor? Eles informaram que havia uma quebra de álibi.

Eles me intimaram, eu fui e fiquei sabendo que no dia anterior foi colhido o DNA de outra pessoa. Eu espero que comprovem porque aí verão que eu não tenho nada a ver com isso. Eles querem me apontar como mentor intelectual, mas o que tenho a dizer é que continuo inocente. Ninguém tem provas contra mim e eu continuo na minha posição.

JP: A possível motivação, apontada pela polícia, de acordo com a promotora do caso, seria de que o senhor teve um caso extraconjugal e Rebeca teria descoberto. Isso é verdade?

Isso não aconteceu, não é verdade. Nesse tempo todo, viram o processo de cima pra baixo, e toda vez vêm pra cima de mim. Antes de saber desse pedido de prisão, eu soube que estavam dizendo a minha mulher que ela estava 'dormindo com o inimigo', então ela estava sendo pressionada a acreditar nisso. Eu também quero justiça para esse caso, dei inúmeros nomes à polícia. Honestamente, até hoje ninguém se perguntou por que ela foi a pé para a escola. A orientação era dela ir de ônibus. Enfim, são muitas coisas, só sei que sou inocente e estou pronto para tudo. Estou feliz porque pelo menos a investigação não está parada e estão fazendo alguma coisa.

RELEMBRE O CASO
A estudante Rebeca Cristina, de 15 anos, foi encontrada morta com vários tiros na cabeça na tarde do dia 11 de julho de 2011, na Praia de Jacarapé, em João Pessoa. Ela teria saído de casa às 7h para assistir aula no Colégio da Polícia Militar, como fazia todas as manhãs, quando foi raptada. Por volta das 12h30, a mãe sentiu falta da menina, pois ela não havia retornado da aula para casa, no Bairro de Mangabeira, zona sul da capital paraibana.

De acordo com as autoridades, Rebeca Cristina foi achada usando apenas calcinha em um matagal considerado área de desova de corpos em Jacarapé. Uma equipe do Instituto de Perícia Científica da capital esteve no local onde o corpo da adolescente foi encontrado para investigar indícios do crime. Exames comprovaram que ela foi estuprada e espancada.

No início das investigações, o cabo Edvaldo Soares e outras três pessoas tiveram o material genético colhido para que fosse feito o confrontamento com aquele colhido em Rebeca. No dia 26 de julho de 2011, o resultado dos exames descartou a possibilidade do padrasto ser o autor, bem como o seu namorado, seu ex-namorado e um presidiário suspeito.

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Jornal da Paraíba

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