COTIDIANO
Conflito segue violento na Síria
Combates entre tropas de Bashar Assade da oposição acontecem em dois bairros de Damasco.
Publicado em 17/07/2012 às 6:00
Um grupo de rebeldes sírios afirmou ontem que controla dois bairros da capital Damasco, onde ocorrem combates entre tropas da oposição e do regime do ditador Bashar Assad .
O porta-voz do conselho militar insurgente para a região de Damasco afirmou que o Exército sírio perdeu o controle dos bairros de Midan, próximo ao centro da cidade, e de Tadamun, ambos com maioria hostil ao regime.
O opositor Exército Livre Sírio afirma que as forças de Assad bombardeiam de fora dos dois bairros. De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, sediado em Londres, quatro pessoas morreram nos conflitos em Damasco. As autoridades não fizeram comentários sobre as ações até o momento.
Os combates também aconteceram em Jaled ben el Walid, avenida que une Midan e o centro da cidade, em Aasali, na zona sul, Barzé, a noroeste do centro, Qabun e Jobar, na zona leste, e Kafar Susé, na zona oeste. Em Tadamun, as redes de água, luz e telefone foram cortadas.
ONU
Enquanto ocorrem os combates na capital síria, o enviado especial da ONU (Organização das Nações Unidas) ao país árabe, Kofi Annan, viajou ontem para a Rússia, em um esforço para obter apoio ao plano de paz e as resoluções contra o regime sírio.
Em reunião com o ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, Annan enfatizou a necessidade de manter a missão de 300 observadores, mas com ênfase em conseguir articular um governo de transição com membros do regime e da oposição, aprovado pelas potências no último dia 30 de junho em Genebra.
Moscou se mantém fiel ao programa de paz proposto pelo enviado especial em abril e se recusa a impor sanções ao regime de Bashar Assad, apesar das pressões de países da Europa e dos Estados Unidos.
O chanceler russo afirma desejar que os monitores consigam fazer a mediação para terminar os combates entre regime e oposição e acusa os países ocidentais de chantagem ao não querer prorrogar a missão de observadores sem a aprovação de sanções a Assad.
"Observamos elementos de chantagem.
Dizem que se não aprovamos a resolução do artigo 7, se negarão a prorrogar a missão dos observadores nesse país", disse Lavrov.
O ministro também denunciou que alguns países estão interessados em provocar uma guerra civil por não concordar com o acordo de Genebra.
Comentários