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CULTURA

Ava Rocha e as novas 'cabeças cortadas'

Banda carioca que traz o nome e a filha de Glauber Rocha como vocalista lança primeiro CD. Ava comenta sua relação com a música.

Publicado em 22/11/2011 às 6:30


Ava Rocha provavelmente gosta de Daniel Castanheira, que deve gostar de Nana Carneiro da Cunha, que curte Emiliano 7, que, assim como todos os outros, compartilha a música como um gosto comum.

Por isso mesmo não existe distinção ou categoria melhor que a outra. MPB e rock, samba e tropicalismo, música erudita contemporânea e jazz. Todos são referências, modelos e estímulos na criação poética de Ava, banda carioca de rock, samba, MPB... cujo cartão de visitas do disco é a imagem de quatro cabeças juntas nas areias de uma praia qualquer.

Aos mais familiarizados com os integrantes do grupo, a relação entre a capa e a vocalista pode parecer óbvia. É apenas a primeira impressão. Ava é filha caçula do cineasta de Cabeças Cortadas (1970), Glauber Rocha, que lança o primeiro disco da carreira junto com a banda que leva seu nome. “Assim que vi a ideia da capa, eu mesma percebi a relação com o meu pai", confessa Ava ao JORNAL DA PARAÍBA. "Mas isso não foi intencional. O (artista plástico) Tunga fez uma releitura de um trabalho anterior dele mesmo. Isso acabou amarrando todo disco de maneira muito positiva.”

Nas 14 canções de Diurno (R$ 30,00, Warner Music), os efeitos sonoros e o violão discreto e essencial são responsabilidade de Emiliano 7. O artista para quem “tudo é música e a música não é tudo”, explica que “o disco todo é dramático. Tem uma coisa passional, um ritmo cadenciado, tem uma visceralidade cuja capa dá uma demonstração: densa, profunda, com elementos da terra”. Acredita que a capa é o 15º elemento do álbum.

A cantora comentou ainda que a música sempre foi um traço forte na família. Além do próprio pai, que compôs as canções que fazem parte da trilha sonora do clássico Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), ela ainda recorda de uma tia que tocava sanfona, mas que “é com a tia (atriz de filmes como Menino de Engenho) Nancy que eu me sinto mais conectada quando canto", comenta.

O grupo chega com uma assinatura própria. A voz de Ava é sem dúvida um elemento marcante. As letras trazem poesia, isso dito não como elogio, mas como fato. Em três canções são aproveitados trechos de escritores como o colombiano Jorge Gaitán Durán e nossa Clarice Lispector. O que pode refletir a opinião de Emiliano sobre o disco, ao explicar que a referência do trabalho é extrapolar o universo puramente musical.

Sobre a apropriação desses elementos à música, Ava comentou que são momentos em que o encontro/casamento acontece de forma natural. “Com Clarice, por exemplo, eu sou apaixonada por ela. Anotei os versos e eles ficaram soando em mim durante um tempo. Quando tive a oportunidade de cantá-los fiz.” Versos esses que aparecem em ‘Ela é o samba / Agoniza mas não morre / Renasce de novo do próprio útero / Antes do suspiro derradeiro’.

Em ‘Sé que estoy vivo’ a homenagem é ao colombiano Jorge Gaitán, com trecho extraído do livro Os Amantes (1959), sobre o qual ela disse que queria muito dar voz. O grupo quer sempre extrapolar o óbvio, e para fazer isso, a vocalista é rigorosa. "Eu quero cantar emoção, vida, morte, mas sem recair em determinados clichês e na pobreza poética. a resposta é rigor e invenção”.

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Jornal da Paraíba

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