COTIDIANO
Dos 35 presos por fraudar carteiras no Detran, 34 estão em liberdade
Dezoito foram soltos neste sábado em JP. Entre acusados de vender carteiras de motorista estão servidores do Detran e empresários. Um continua detido por porte ilegal de arma.
Publicado em 19/06/2010 às 13:44
Karoline Zilah
Dos 35 presos durante a Operação Espelho de Prata, que desarticulou um esquema de venda de carteiras de motorista na Paraíba, 18 ganharam liberdade na Central de Polícia, em João Pessoa, neste sábado (19). O prazo de suas prisões preventivas venceu à meia-noite da sexta-feira. No total, 34 acusados estão de volta às ruas, entre servidores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), proprietários e funcionários de Centros de Formação de Condutores (CFCs, autoescolas).
Uma pessoa permanece detida na Capital, para responder pela acusação de porte ilegal de arma. Ele ainda não pagou fiançou. A primeira libertação aconteceu ainda na segunda-feira, dia das prisões. Tratava-se de mulher grávida, que foi solta após prestar depoimento, devido a problemas de saúde. Os três detidos do Ceará também estão livres.
Em Campina Grande, três envolvidos também foram soltos. "Todos foram qualificados e interrogados, e agora responderão aos processos em liberdade", disse Getúlio Machado, gerente executivo da Central de Polícia de João Pessoa.
De acordo com o delegado Wagner Dorta, foi necessário prender os suspeitos de envolvimento preventivamente por cinco dias para que eles participassem de oitivas e, a partir de seus depoimentos, ajudassem a polícia a desvendar como toda a rede de fraudes funciona, bem como a encontrar mais responsáveis pelos crimes de corrupção de agente público, falsidade ideológica e formação de quadrilha.
A Polícia Civil ainda não conseguiu cumprir seis dos 41 mandados de prisão preventiva expedidos pela Justiça.
A operação foi deflagrada em conjunto com o Ministério Público Estadual. As investigações tiveram início em outubro de 2009. Neste período, foi descoberta uma rede de fraudes de carteiras nacionais de habilitação (CNHs), com a colaboração de servidores do Detran e agenciadores, que eram empresários e funcionários de autoescolas.
Eles vendiam documentos verdadeiros, mas sem que os compradores precisassem ser submetidos às provas teóricas e práticas do Detran para a obtenção da licença para dirigir. Para isso, funcionários do órgão facilitavam o procedimento fraudando testes. Foram descobertos compradores no Rio de Janeiro, Ceará, Pernambuco e Bahia. As carteiras custavam entre R$ 400 e R$ 1,5 mil. Até analfabetos adquiriam o produto ilegalmente fazendo a encomenda apenas por telefone e recebendo-a via Sedex.
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