VIDA URBANA
Ex-diretor do Roger defende que vídeo com tortura seria montagem
Dinamérico Cardim se defendeu de acusações e declarou à rádio 101 FM que não participou da sessão de tortura ao réu da chacina do Rangel. Assista ao vídeo.
Publicado em 14/07/2009 às 8:07
Karoline Zilah
O ex-diretor do presídio do Roger, Dinamérico Cardim, acusado de comandar a tortura a Carlos José dos Santos, réu confesso da chacina do Rangel, declarou que o vídeo divulgado na internet seria uma montagem. Em entrevista na manhã desta terça-feira (14) ao programa Comunidade 101, da rádio 101 FM, ele disse que não participou da sessão de tortura e que as imagens não foram feitas dentro Roger.
Dinamérico foi afastado de suas atividades na segunda-feira (13), após muita polêmica à frente do presídio, inclusive revolta por parte dos familiares dos detentos, que tiveram as visitas suspensas depois que houve uma morte no pátio da penitenciária. O ex-diretor disse concordar com o asfatamento e afirmou que a medida da Secretaria de Cidadania e Administração Penitenciária não lhe causou mágoa.
“Isso aí vai ser apurado e a verdade vai ser constatada. Precisei ser afastado para que as investigações sejam bem transparentes. Não sei de onde partiu esse vídeo”, declarou Dinamérico. Ele ainda comentou que continua à disposição do secretário de Administração Penitenciária, coronel Maurício Souza, para prestar serviço em qualquer presídio do Estado, até mesmo para voltar ao Roger depois da sindicância, caso seja inocentado.
Por fim, ele comentou que alguém está querendo prejudicá-lo com essa suposta montagem. “As pessoas gostam de presídio bagunçado, onde entra droga e bebida, mas eu bloqueei tudo isso”, relatou. O ex-diretor é agente penitenciário concursado no último certame, ocorrido no passado, e está aguardando nomeação.
Dinamérico Cardim foi substituído na diretoria do Roger por Jiddu Khisnamurti Fernandes Faheina, que até então respondia pela direção adjunta do presídio de Segurança Máxima de Mangabeira.
Investigações
Além de solicitar um exame de corpo de delito no detento Carlos José dos Santos, o coronel Maurício Souza admitiu que o vídeo foi uma das provas documentais que mais pesaram na decisão de afastar Dinamérico Cardim. Segundo ele, a gravação da tortura fará parte das provas anexadas na sindicância que foi aberta para investigar práticas de tortura no presídio.
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