Robôs contra Godzillas

É o sonho de qualquer fã da cultura pop vinda do Japão, terra dos seriados de robôs do tamanho de arranha-céus e de monstros originados da radiação pós-Segunda Guerra como Godzilla, principal representante dos chamados filmes de ‘kaiju’ – as criaturas gigantescas do cinema nipônico.

Os dois segmentos se confrontam usando cidades inteiras como ringue em Círculo de Fogo (Pacific Rim, EUA, 2013), o novo longa-metragem de Guillermo Del Toro (Hellboy, O Labirinto do Fauno) que estreia nos cinemas paraibanos a partir desta sexta-feira.

O termo ‘kaiju’ (que significa algo como ‘besta estranha’) é usado para denominar a legião de enormes monstros vindos das profundezas da Terra, brotando de uma fenda no Oceano Pacífico.

Para encerrar o massacre da humanidade, foi criada uma série de robôs na mesma escala das criaturas. Chamados de Jaegers (palavra de origem alemã que significa ‘caçador'), cada máquina é controlada simultaneamente por dois pilotos cujas mentes se conectam por uma ponte neural.

Apesar do contra-ataque surtir efeito, os Jaegers se provam vulneráveis diante das incansáveis investidas dos kaijus. Com a derrota total iminente, as forças de defesa do planeta não têm outra escolha senão colocar um ex-piloto (o ator britânico Charlie Hunnam, de Hooligans) e uma cadete sem experiência (a japonesa Rinko Kikuchi, indicada ao Oscar por Babel) para pilotar um aparentemente obsoleto Jaeger.

O elenco de Círculo de Fogo ainda conta com Idris Elba (Thor), Ron Perlman (Hellboy), Max Martini (Cinturão Vermelho) e Charlie Day (Quero Matar Meu Chefe).

A opção do título nacional não é sem fundamento: o Pacific Rim do original existe e é uma área formada no oceano por uma série de arcos vulcânicos e fossas. Com cerca de 40 mil km de extensão, a região tem formato de ferradura e circunda a bacia do Pacífico, abrangendo a costa do continente americano, Japão, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia e as ilhas do Pacífico Sul.

Ela é conhecida no Brasil como Círculo (ou Anel) de Fogo do Pacífico, daí a denominação nacional do filme (não confundir com o longa de guerra dirigido por Jean-Jacques Annaud em 2000, que originalmente recebeu o título de Enemy at the Gates).

GAME E HQ

Não é de hoje que monstros e robôs gigantes povoam a imaginação do cinema.

Uma infinidade de séries e filmes com embates de máquinas e criaturas gigantes entre maquetes de Tóquio em produções de baixo orçamento como Jaspion e Changeman, além de animações e mangás como Evangelion ou o próprio Godzilla (que volta em 2014 com produção da mesma ‘dobradinha’ de Círculo de Fogo, Legendary e Warner) sempre garantiram a longevidade do conceito pelos anos.

Extrapolando os limites das telonas, foi lançado o jogo Pacific Rim Video Game. Desenvolvido para as plataformas digitais do Xbox 360 e PlayStation 3, o game tem todas as características de ‘caça-níqueis’, evidenciado nos seus gráficos e design malfeitos comparado a outros jogos.

Ainda na esteira do filme, nos EUA foi lançada no mês passado Pacific Rim: Tales from Year Zero, HQ que serve como um prelúdio, contando mais sobre o surgimento dos monstros e a criação dos Jaegers.

Com consultoria de Del Toro, o álbum é escrito pelo roteirista do longa, Travis Beacham (Fúria de Titãs). A arte fica por conta de Yvel Guichet (LJA), Chris Batista (Legião - Origem Secreta), Sean Chen (Wolverine) e o brasileiro Péricles Júnior. A capa é pintada por Alex Ross (Marvels, O Reino do Amanhã).

'ANTES DA MEIA-NOITE' ESTREIA EM CG

Raramente se tem um projeto como o romance que é descortinado no cinema década por década, amadurecendo junto com os atores/personagens.

Estreia apenas em Campina Grande o filme Antes da Meia-Noite (Before Midnight, EUA, Grécia, 2013), que fecha a trilogia composta por Antes do Amanhecer (1994) e Antes do Pôr-do-Sol (2004).

No novo longa de Richard Linklater (Waking Life) já vemos Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy) casados e vivendo juntos em Paris ao lado das filhas gêmeas.

Em férias na Grécia, o casal discute a relação e os sonhos frustrados de suas decisões.

Já em João Pessoa, entra em cartaz a comédia Vendo ou Alugo (Brasil, 2013), dirigida pela Betse de Paula (Celeste e Estrela).

O filme mostra uma mulher (Marieta Severo) que faz os mais diversos bicos para sobreviver, sejam eles legais ou não.

A única maneira de resolver a situação é vender o casarão onde mora com a família. O problema é que a residência se encontra bem na entrada de uma favela, onde ela faz negócios com um traficante (Marcos Palmeira).