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VIDA URBANA

Doenças respiratórias afetam crianças em JP

Apesar de serem considerados de baixa mortalidade, os problemas respiratórios apresentam alta incidência em crianças da capital.

Publicado em 12/03/2014 às 6:00 | Atualizado em 12/07/2023 às 12:18

Basta uma chuva para fazer a dona de casa Renata Martins levar a filha Rayla, de 2 anos, ao hospital. A menina tem bronquite alérgica e tomar nebulização e antialérgicos é sua rotina, principalmente com a mudança climática. Assim como Renata, diversas mães vão diariamente ao Hospital Infantil Arlinda Marques, em João Pessoa, para tratar dos filhos com problemas respiratórios que têm bastante incidência, apesar da baixa mortalidade.

O diretor-técnico do Hospital Arlinda Marques, Fabiano de Alexandria, explicou que nos últimos 3 meses houve uma redução dos casos com relação ao mesmo período do ano passado, contudo os números sempre são considerados altos.

“Porque a criança é suscetível por natureza. Sempre é um ciclo. É uma doença considerada de alta morbidade, ou seja, que tem alta incidência por mais que seja de baixa mortalidade”, argumentou.

“Não há como diminuir de forma efetiva os casos, apesar da existência das vacinas, porque existem muitos vírus e eles são mutantes. Além disso, metade das causas vem do meio ambiente”, esclareceu ainda o diretor da unidade hospitalar.

O problema começou a afetar a vida de Rayla quando ela tinha apenas 21 dias de nascida, quando teve sua primeira crise. “Era inverno e isso aumentou o mofo da minha casa, desde então é só ter uma chuvinha para ela ficar com cansaço e dificuldade de respirar. Se não vier logo, pode fechar a via e ela pode parar de respirar, por isso eu corro para o hospital”, relatou Renata, mãe de Rayla.

Para prevenir as crises, o médico mandou Renata sair de casa em épocas de chuva, o que para ela é inviável. “Eu vou para onde, se não ficar em casa? Então eu vivo nessa saga, de casa para o hospital, principalmente porque não é sempre que tenho condições de ter todos os remédios em casa”, afirmou.

As mudanças climáticas causam transtornos não somente para Renata. Diversas outras mães se dirigem diariamente aos hospitais para cuidar daqueles que mais facilmente são suscetíveis a alguma doença respiratória. Em dias de chuva, a ala ambulatorial do Hospital Arlinda Marques fica repleta de casos como esses.

Também passando por essa situação está a dona de casa Sandra da Silva. Desde recém-nascido, seu filho Erlon Rafael, de apenas dois anos, foi diagnosticado com asma. De acordo com Sandra, apesar dos constantes cuidados com a saúde do seu filho, em períodos chuvosos a ida ao hospital é praticamente certa. “A gente sofre ainda mais com a mudança do tempo. Ele tem muita alergia e falta de ar nesse tempo”, disse.

Para diminuir a intensidade das crises, Sandra alterna doses de nebulização e antialérgicos, além de três em três meses fazer o acompanhamento do filho com o médico. “Antes era bem pior.

Ele já chegou a ser internado três vezes, mas depois que vimos que era mesmo asma a gente começou a fazer um tratamento e ele está bem melhor”, completou.

Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES), somente nos três primeiros meses do ano passado foram registrados 1004 atendimentos nas unidades de saúde decorrentes de crises respiratórias. O órgão ainda não contabilizou o número de internações deste ano.

De acordo com o médico alergologista Roberto Lacerda, os chamados “choques térmicos”, oriundos das abruptas mudanças de temperatura, são os principais vilões ocasionadores de problemas respiratórios. “Isso ocorre porque as chuvas rápidas aumentam a quantidade de ácaros, fungos, mofos, seja em ambientes de trabalho, em casa ou na escola”, explicou.

As mudanças climáticas aliadas a esses fatores são as principais causas de desencadeamento de crises alérgicas, segundo o alergologista. “As principais ocorrências nessa época são a sinusite alérgica e asma”, acrescentou.

Devido à baixa imunidade, o médico afirma que as crianças são a faixa etária mais propensa a sofrer com problemas respiratórios. “Eles têm uma imunidade em desenvolvimento, por isso ela é diminuída, fazendo com que eles possam pegar mais infecções por vírus. É comum, por exemplo, uma criança pegar de um a dois resfriados por mês”, afirmou.

Problemas respiratórios como sinusite, rinite e asma são os mais recorrentes e não têm cura. Para controlar as crises, o médico aconselha algumas medidas profiláticas. “Os tratamentos são basicamente o controle ambiental, diminuir exposição a ácaros, fungos, mofo, cigarro. Melhorar a exposição solar, não varrer a casa nem espanar, sempre passar pano úmido”, orientou.

Além dessas medidas, o médico ainda orientou aos pais colocarem capas impermeáveis e antialérgicas nos colchões das crianças, tendo em vista que esses são os principais focos de ácaros. “Existem aproximadamente dois milhões de ácaros nos colchões, por isso eles são os principais vilões. Para evitar crises, é importante prevenir”, acrescentou.

Para detectar as alergias, o médico orienta a todos a realizarem testes alérgicos. “Nos testes determinaremos os tratamentos que são basicamente com antialérgicos, bombinhas ou, dependendo dos casos, vacinas. Esses casos não têm cura, mas têm controle. Com prevenção as crianças podem ter uma vida normal”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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