COTIDIANO
Internos do CEJ tentam fugir e são impedidos pela PM
Cerca de 50 internos se desentenderam e atearam fogo em colchões. Um jovem ficou ferido.
Publicado em 28/10/2011 às 17:51
Um dia após a rebelião no presídio do Roger, em João Pessoa, que deixou 14 detentos feridos e dois mortos. A capital paraibana voltou a ser palco de mais um tumulto, nesta sexta-feira (28), no Centro Educacional do Jovem (CEJ). Cerca de 50 internos se desentenderam e atearam fogo em colchões. Um jovem ficou ferido e foi socorrido no local.
A assessoria de imprensa da Fundação de Desenvolvimento da Criança e do Adolescente, confirmou que o princípio de motim foi reflexo da rebelião que ocorreu na quinta-feira (27) no presídio do Roger, na capital. Ainda segundo a assessoria da Fundac, o tumulto durou cerca de uma hora e foi controlado por equipes da Polícia Militar que invadiu o local.
Os internos dos três pavilhões do CEJ se rebelaram e alguns ainda tentaram pular o muro, mas foram impedidos pela polícia. Equipes do Corpo de Bombeiros também estiveram no local para apagar o fogo nos colchões.
A assessoria da Fundac explicou que os adolescentes que cometem infrações são encaminhados ao Centro Educacional do Adolescente (CEA) em João Pessoa. Quando eles completam 18 anos mas ainda não estão ressocializados são transferidos para o Centro Educacional do Jovem e passam a cumprir a medida sócio educativa no local.
Rebelião no Roger
Por volta das 11h da quinta-feira (27) os detentos dos pavilhões 2, 3 e 4 do presídio do Roger, em João Pessoa, tentaram invadir o local que estava ocorrendo a visita dos presidiários dos pavilhões PB 3, 5 e 6 . Os familiares dos detentos saíram correndo da penitenciária que teve 14 prisioneiros feridos e dois mortos. O coronel José Cláudio do Nascimento, gerente do Sistema Penitenciário do Estado, disse que a rebelião foi motivada por uma rixa entre os presos.
Por volta das 13h30 a tropa de Choque invadiu o presídio para controlar o tumulto e, de acordo com o coronel, a confusão foi controlada às 14h30. Os 14 feridos foram encaminhados para o Hospital de Emergência e Trauma.
Enquanto a polícia realizava a vistoria nas celas encontrou no pavilhão 3 o corpo do detento Jean dos Santos Silva. O coronel Jeferson, do 1º Batalhão da Polícia Militar, disse que provavelmente o homem foi morto a pedradas. Já um detento que não foi identificado morreu no hospital. Segundo o a assessoria do hospital, o homem foi atingido por tiros e não resistiu aos ferimentos.
Mesmo a rebelião acontecendo em menos de 24 horas após um detento ter sido assassinado e esquartejado na penitenciária, o gerente do Sistema Penitenciário afirmou, durante uma entrevista coletiva, que o tumulto desta quinta-feira não teve ligação com o homicídio.
Transferência
Ainda na noite da quinta-feira seis detentos do Roger foram transferidos para o presídio de segurança máxima PB-I. Segundo o diretor do PB-I, Sérgio Fonseca, os presidiários vão ficar cinco dias separados dos demais presos. Ainda de acordo com Sérgio Fonseca, os detentos estavam senod ameaçados de morte e por isso foram transferidos.
A secretaria de Administração Penitenciária informou, através de nota, que já foi determinada a abertura de sindicância para apurar as razões da rebelião. Também foi instaurado um inquérito policial, na Delegacia de Homicídios.
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