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ECONOMIA

Novo sistema permite uso de celular em voo

Novas tecnologias visam aumentar segurança das aeronaves mais modernas, oferecer conforto aos passageiros e diminuir riscos.

Publicado em 07/05/2014 às 6:00 | Atualizado em 29/01/2024 às 12:40

Malas prontas e roteiro planejado. Uma viagem começa bem antes da chegada ao destino. E para quem escolhe ir de avião, além do check-in e das expectativas, é comum que certos procedimentos sejam exigidos para evitar problemas durante o voo. Smartphones, tablets e notebboks: uma das principais demandas após o embarque costuma ter relação com os equipamentos eletrônicos, que precisam ser desligados ou colocados no 'modo avião'.

Contudo, a novidade é que algumas tecnologias vêm sendo desenvolvidas para aumentar a segurança das aeronaves mais modernas, visando o conforto dos passageiros e a diminuição dos riscos de acidentes. Conforme o especialista em telecomunicações e diretor-geral do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) em João Pessoa, professor doutor Joabson Nogueira, os sistemas de navegação para estes aviões têm sido elaborados com uma blindagem mais avançada, de forma a reduzir as possíveis interferências.

“Neste caso, as proteções para as principais tecnologias de comunicação utilizadas são estudadas e as blindagens para cada caso, testadas. Garantida a blindagem, pode se utilizar os aparelhos sem maiores problemas”, explica o professor.

“Algumas aeronaves, inclusive no Brasil, operam como se no interior tivesse uma antena de celular, que permite que os passageiros possam se comunicar via celular em pleno voo”, complementa.

Segundo Nogueira, em aviões normais, manter os aparelhos ligados durante a viagem pode comprometer os comandos executados pelo piloto, que têm chances maiores de não serem interpretados adequadamente. Fora isso, a ação também pode até significar perigo durante o abastecimento com combustíveis.

“Por ser um equipamento complexo e de elevado nível de segurança, os fabricantes seguem rígidas normas para garantir que essa possibilidade de interferência seja minimizada”, frisa.

“No entanto, os manuais recomendam que nas operações de maior risco (subida e descida), os aparelhos sejam desligados para aumentar o padrão de segurança”, acrescenta o especialista.

O professor ainda alerta que não é o tipo de equipamento que importa e sim o tipo de serviço de comunicação que está sendo usado, uma vez que um mesmo equipamento pode contar com as tecnologias 3G, 4G, bluetooth, IEEE 802.11 (rede sem fio) ou outra qualquer. “O risco ocorre na possibilidade de uma das frequências utilizadas pelo dispositivo ser interferente com o sistema de navegação”, ressalta.

A notícia boa, entretanto, é que acidentes ocasionados por aparelhos eletrônicos ligados a bordo não são habituais, de acordo com o especialista. “O mais comum são interferências causadas nos sistemas de navegação aérea (VOR) e de aproximação das aeronaves. Sendo assim, transmissões na faixa de FM não controladas podem causar interferência com os sistemas de aeroportos, desviando as aeronaves das rotas”, finaliza.

'MODO AVIÃO' DIMINUI INTERFERÊNCIAS

Presente em praticamente todos os celulares e aparelhos mais modernos encontrados no mercado, o 'modo avião' ainda é fonte de dúvidas para algumas pessoas. E o principal questionamento da maioria dos usuários é: por que os equipamentos que operam nele são liberados durante os voos?

Especialista na área, o professor Joabson Nogueira esclarece que, durante o 'voo de cruzeiro' – fase compreendida entre o final da subida e o início da descida da aeronave ao aeroporto de destino –, algumas tecnologias podem ser operadas no 'modo avião' porque o transmissor de ondas eletromagnéticas do dispositivo é desligado e ele passa a funcionar somente com processamento interno.

“Neste caso, a interferência é minimizada, pois os níveis de campo produzidos pelo dispositivo são muito baixos, incapazes de causar maiores interferências”, comenta. “Mesmo assim, não podemos desprezá-la. Lembrem que na aviação, assim como em outros transportes, procura-se minimizar os riscos. Durante as operações de maior risco, os equipamentos eletrônicos devem se manter desligados”, conclui. (Especial para o Jornal da Paraíba)

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Jornal da Paraíba

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