VIDA URBANA
Médicos ameaçam se demitir caso não sejam recebidos por Ricardo
Médicos do Hospital de Emergência e Trauma reivindicam encontro com o governador Ricardo Coutinho (PSB) para suspender a entrega da carta de demissão coletiva.
Publicado em 24/05/2011 às 13:33
Inaê Teles
e Maurício Melo
Cerca de 30 médicos do hospital de Emergência e Trauma Humberto Lucena vão entregar uma carta de demissão coletiva na tarde desta terça-feira (24) ao Conselho Regional de Medicina da Paraíba e à diretoria do hospital. Mas, caso o governador Ricardo Coutinho conceda uma audiência com a categoria, o pedido de demissão será suspenso.
No início do mês, o governador apresentou uma tabela com a padronização e critérios para o pagamento de valores de plantões médicos de 12 horas, segundo o critério de complexidade de serviços. Mas, segundo a categoria, os valores não atendem às reivindicações dos médicos.
“Ele divulgou a relação dele e nós queremos entregar a nossa para chegar no meio termo”, esclareceu Tarcísio Campos, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Paraíba (Simed). De acordo com ele, o governo está propondo plantões nos valores de R$ 640 (durante a semana) e R$ 740 (finais de semana e feriados). Mas a categoria reivindica plantões valendo R$ 1.000.
Tarcísio Campos disse ainda que desde fevereiro a categoria tenta marcar uma uma audiência com o governador Ricardo Coutinho para que seja feita a classificação dos hospitais e a remuneração diferenciada de cada profissional.
Terrorismo
O secretário de Saúde, Waldson Sousa, garante que a ameaça dos médicos não passa de terrorismo. Para ele, não há motivo para os profissionais do Trauma pedirem demissão. "Eles estão com diálogo aberto, com negociação acontecendo com a direção do HT. Basta chegarmos a um consenso", assegurou.
Questionado se havia alguma previsão de quando e se o governador receberia os médicos em audiência, Waldson respondeu enfaticamente que as negociaçõe devem acontecer com ele próprio, e não com Ricardo.
Como o secretário está tratando as ameaças de demisão como puro terrorismo, não há, segundo ele, um "plano B" para o caso de os médicos de fato se demitirem. "Acredito que não vai acontecer, até porque vamos negociar e chegar a um consenso", voltou a dizer.
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