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POLÍTICA

Servidor federal fica sem empréstimo consignado

Bancos suspendem crédito após empresa ter sido citada na operação 'Lava Jato'. Cerca de 50 mil serão atingidos na Paraíba.

Publicado em 19/08/2015 às 8:00


Com a inserção da empresa de software Consist nas investigações da operação 'Lava Jato', os bancos decidiram suspender as operações de crédito consignado para servidores públicos federais. A medida afeta todas as operações de obtenção de recursos, tanto para quem deseja realizar um novo empréstimo, quanto para quem precisa refinanciar ou trazer portabilidade, prejudicando funcionários da ativa, aposentados e pensionistas.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Ensino Superior da Paraíba (Sintesp­PB), Severino Ramos Mendonça de Santana, lamentou a notícia e afirmou que na Paraíba existem pelo menos 50 mil servidores públicos federais, ativos e inativos. Segundo ele, os servidores públicos já têm um salário defasado e o crédito consignado é a forma mais acessível deste segmento obter recursos extras.
“Deve-­se separar o joio do trigo. O cidadão não tem nada a ver com a irresponsabilidade das pessoas que cometem delito. O servidor público vive numa situação de dificuldade, com reajuste entre 1% e 5%, bem abaixo da inflação. O empréstimo consignado é a forma mais acessível deste pessoal ter crédito porque as taxas de juros são mais baixas”, enfocou Severino Mendonça.

A informação sobre a suspensão do crédito consignado surgiu após a CBN ter acesso aos comunicados reservados distribuídos por três bancos: Itaú/BMG, Bradesco e Bom Sucesso. A Consist foi contratada para gerir o software que autoriza os pagamentos consignados, após acordo de cooperação técnica firmado entre o Planejamento e Sindicato Nacional das Entidades Abertas de Previdência Complementar (SINAPP) e Associação Brasileira de Bancos (ABBC).

De acordo com as investigações do Ministério Público Federal e da Polícia Federal, empresas do Grupo Consist Software prestaram o serviço e teriam repassado valores obtidos com o contrato a operadores da 'Lava Jato'.

BANCOS

O JORNAL DA PARAÍBA procurou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e em nota a entidade informou que “os bancos estão revendo sua participação no convênio firmado entre a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) e as autoridades públicas”.

A Febraban comunicou ainda que as instituições financeiras acompanham o caso do ponto de vista técnico, com o objetivo de colaborar com o Ministério do Planejamento na migração para um novo sistema de processamento das folhas de pagamento, garantindo a continuidade do serviço para os servidores. A entidade disse também que o objetivo é desenvolver um processo de migração de plataforma totalmente transparente para o servidor usuário do serviço. (Com informações do G1)

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Jornal da Paraíba

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