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VIDA URBANA

Moradores de Mandacaru estão com medo da violência no bairro

Foram registrados dois homicídios no bairro no último final de semana. Mortos foram um adolescente de 14 anos e um jovem de 29.

Publicado em 14/07/2015 às 7:40


“A violência aqui no bairro está muito grande. Nós temos que mudar nossos hábitos e nos recolher em casa mais cedo, com medo de ser morto sem motivo, só porque passou no lugar errado, na hora errada”. A declaração é do cabeleireiro João Francisco, 54 anos, que mora no bairro de Mandacaru, em João Pessoa, onde foram registrados dois homicídios no último fim de semana. O medo de João é comum entre os moradores do local. Segundo a polícia, que informou que irá reforçar o policiamento na área, nenhuma das vítimas eram envolvidas com a criminalidade.

As mortes foram registradas nas noites do último sábado e domingo. De acordo com a polícia, por volta das 19h do sábado, um adolescente de 14 anos foi surpreendido a tiros quando voltava do Estádio Juraci Pedro Gomes (Juracizão), onde estava jogando futebol com amigos. Ao chegar na rua Antônio Feijó, em Mandacaru, que fica por trás do estádio, foi abordado por homens em um carro, que já passaram pelo local atirando. Moradores do bairro chegaram a acionar o socorro, mas o adolescente não resistiu aos ferimentos e morreu ainda no local.

Após a morte do adolescente, informações sobre uma possível instituição de toque de recolher no bairro, por parte de criminosos, circulou nas redes sociais, igrejas e na comunidade. No entanto, o comando da Unidade de Polícia Solidária (UPS) de Mandacaru negou o fato, assim como algumas pessoas, mas coincidência, ou não, na noite seguinte, um jovem de 29 anos morreu após ser baleado, por volta das 11h. Possível horário 'proibido'.

Segundo a polícia, o jovem passava pela rua Jornalista André Rebouças, também em Mandacaru, quando dois homens começaram a atirar. Os disparos de arma de fogo atingiram o tórax e o abdômen da vítima, que ainda chegou a ser socorrida para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa, mas não resistiu. O jovem havia ido levar o irmão e o sobrinho em casa.

O cabeleireiro José Francisco disse que não tomou conhecimento do 'toque de recolher', mas afirmou que essa já é uma rotina seguida pela população do bairro. “O povo é que se recolhe por conta própria, com medo. Eu mesmo sou bastante conhecido aqui, mas só estou andando pelas ruas mais movimentadas. Evito ir para as áreas que sei que tem confronto para não ser mais uma vítima”, declarou.

Já a doméstica Joana D'arck, 35 anos, que era prima do adolescente assassinado na noite do último sábado, ressaltou que qualquer cidadão de bem que more ou passe pelo bairro está vulnerável a ser morte por conta da violência. “Foi assim com meu primo. Ele era um rapaz direito, estudava e não era envolvido em nada de errado, mas infelizmente passou por um local que estava tendo um confronto e perdeu a vida. A criminalidade e violência estão grandes de mais”, desabafou.

POLICIAMENTO

O comandante da UPS de Mandacaru, capitão Estevão Sabino, negou que exista 'toque de recolher' na área, mas reconheceu que o bairro é um dos mais violentos da Paraíba e que em função dos últimos acontecimentos o policiamento será ainda mais reforçado. “Mandacaru concentrou muitos criminosos nos últimos tempos e grande parte das mortes são de pessoas envolvidas com a criminalidade, esses dois homicídios do fim de semana foram exceções. Mesmo assim, o policiamento será reforçado ainda mais”, afirmou.

Capitão Sabino disse que a polícia tem realizado um esforço no trabalho preventivo e repressivo no local, que já resultou em uma redução de cerca de 18% de homicídios no primeiro semestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. “Nos últimos 40 dias, não tínhamos registrado nenhum homicídio aqui”, frisou.

Para o oficial, o problema existe, mas o combate não compete apenas à ação policial. “Não temos que esconder o problema embaixo do tapete, temos sim um problema e estamos fazendo a nossa parte. Não é apenas uma questão policial, mas de falta de estrutura familiar, social e religiosa”, pontuou.


Saiba mais

O oficial informou que os três autores do homicídio do adolescente de 14 anos já foram identificados. “A polícia tentou o flagrante, mas não obteve êxito, porém continuamos as buscas e em breve daremos uma resposta à sociedade. Dois deles são egressos do sistema penitenciário”, adiantou.

Neste fim de semana, a Polícia Militar retirou 26 armas de fogo de circulação em 11 cidades paraibanas. Foram apreendidas nove armas em Cuité de Mamanguape, cinco em João Pessoa, três em Cubati, duas em Capim, uma em Santa Rita e a mesma quantidade em Alagoa Nova, Mogeiro, Cabedelo, Princesa Isabel, Bananeiras e Sousa. Das armas apreendidas, 13 foram espingardas, 12 revólveres e uma pistola. A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA solicitou à Secretaria de Estado de Segurança e Defesa Social (Seds) o balanço dos homicídios registrados na Paraíba durante o fim de semana, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.

Imagem

Jornal da Paraíba

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