VIDA URBANA
Saúde da Paraíba perde 420 leitos de pediatria em um ano
Atendimento está sendo prejudicado e população reclama. Números são do DataSus. Fechamento do setor de pediatria no hospital da FAP deve agravar problema.
Publicado em 09/05/2015 às 14:25 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:19
Clínicas e hospitais lotados e um prazo grande para marcar uma consulta ou conseguir atendimento de urgência com algum pediatra. Essa é a realidade de muitos pais paraibanos que têm filhos pequenos ou adolescentes e precisam recorrer a esse profissional.
Segundo dados do DataSus, o Estado perdeu, entre o período de março de 2014 e março deste ano, 420 leitos de pediatria na rede pública de saúde. Se ampliarmos a comparação, utilizando como referência o mês de março de 2015, que é o dado mais recente informado pelo Ministério da Saúde, e o mesmo período de 2010, a diminuição de leitos pediátricos chega a 785. Esses números, segundo o DataSus, incluem os leitos clínicos e cirúrgicos espalhados por hospitais e maternidades do Estado, sendo a maioria deles em João Pessoa e Campina Grande.
Outra dificuldade relatada pelos pais é a busca por um pediatra. Na Paraíba, segundo o Conselho Regional de Medicina (CRM), há 491 médicos nessa especialidade para uma população de 1,3 milhão de habitantes entre 0 e 19 anos, o que representa cerca de 37 profissionais para 100 mil pessoas. Esse número é bastante favorável se levarmos em conta o recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que é 20 médicos.
No entanto, apesar de o Estado possuir uma quantidade de pediatras acima da recomendação da OMS, a má distribuição dos profissionais prejudica atendimento. Dos 491 profissionais da Paraíba, mais da metade (347) estão na capital. Campina conta com 96 e os outros 48 são responsáveis por atender as crianças dos 221 municípios.
Quem sentiu na pele essa situação recentemente foi a mãe de Maria Eduarda, de 3 anos. A menina sofreu um corte na perna brincando em casa e Rossana Duarte contou que procurou a unidade de saúde mais próxima, localizada a cerca de 2 quilômetros de sua residência, na cidade de Queimadas, Agreste paraibano. No entanto, chegando lá, não havia um pediatra, e a criança foi socorrida por uma enfermeira.
A reportagem do Jornal da Paraíba procurou a Secretaria de Estado da Saúde (SES), através de e-mail e telefone, para falar sobre a redução dos leitos, mas até o fechamento desta edição nenhuma resposta foi enviada. O CRM também foi procurado para comentar a redução, mas o diretor estava em viagem.
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