COTIDIANO
Adiada decisão sobre federalização do Caso Manoel Mattos
Ministra do STJ adiou julgamento em que PGR pede federalização do Caso Manoel Mattos. Análise só acontecerá agora depois do recesso do judiciário, que termina em agosto.
Publicado em 23/06/2010 às 15:48 | Atualizado em 26/08/2021 às 23:36
Phelipe Caldas
A ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, decidiu nesta quarta-feira (23) adiar o julgamento do Caso Manoel Mattos, em que a Procuradoria-Geral de República pede a federalização do processo que investiga a sua execução. A ministra alegou que nesta quarta acontece a última sessão da Corte antes do recesso e por isto não haveria tempo hábil para discutir a questão. Uma nova data ainda não foi definida, mas o julgamento não acontece antes de agosto, já que durante todo o mês de julho a justiça estará de férias.
O advogado Manoel Mattos era vice-presidente do PT de Pernambuco e investigava a atuação dos grupos de extermínio na região Nordeste. Ele foi morto em janeiro de 2009, quando homens armados invadiram sua casa de praia em Pitimbu, no Litoral Sul da Paraíba, e lhe assassinou com um tiro de espingarda calibre 12 no rosto.
A federalização do caso foi pedida ao STJ em junho de 2009, há exatamente um ano, pelo então procurador-geral da República Antônio Fernando Souza, que denunciou a falta de resultados práticos das investigações realizadas em nível estadual.
“A apuração e punição desse homicídio deve ser retirada da Justiça Estadual e, em sentido mais amplo, toda a apuração quanto ao grupo de extermínio deve ser levada para a competência da Justiça Federal. Está evidenciada a falta de resultados práticos das investigações, bem como o envolvimento de agentes dos estados de Pernambuco e Paraíba em diversos níveis hierárquicos”, destacava o procurador-geral em sua denúncia.
Manoel Bezerra de Mattos Neto atuava no enfrentamento dos grupos de extermínio que atuam em Pernambuco e na Paraíba. A ação desses grupos foi tratada e investigada em Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados em 2005, mas nada foi feito pelas autoridades públicas para acabar ou minimizar o problema.
Comentários