Os livros que vêm por aí

Ano começando e as editoras brasileiras já anunciam os lançamentos previstos para os próximos meses. Depois do alto investimento na ampliação do catálogo de autores nacionais, sobretudo na ficção, o mercado volta a atender a demanda das listas de mais vendidos fora do país e das premiações que costumam revelar nomes ainda não traduzidos no Brasil.

Exemplo disso é a escritora nova-zelandesa Eleanor Catton, ganhadora do Man Booker Prize, outubro passado. A Globo Livros já comprou os direitos de The Illuminuries, livro que lhe rendeu o posto de vencedora mais jovem do prêmio, com 28 anos. O épico de 832 páginas se passa na Nova Zelândia do século 19 e está na agenda do selo Biblioteca Azul, que também tem na agenda de lançamentos a aguardada autobiografia do vocalista dos Smiths, Morrissey.

As biografias estão em alta, a reboque da polêmica do ano passado. A mais aguardada é, talvez, Salinger, de Share Salerno e David Shields, a respeito do autor do controverso O Apanhador no Campo de Centeio. A biografia sai este mês pela Intrínseca e se junta a outra do gênero, Salinger: uma Vida, de Keneth Slawenski, lançada em 2011 pela LeYa Brasil.

Outros artistas que ganham biografias este ano são o guitarrista Santana; a estilista Viviane Westwood; o vocalista do Led Zeppelin, Robert Plant; o astro do rock morto em outubro, Lou Reed (1942-2013); o ex-beatle George Harrison (1943-2001); e o guitar hero Jimmy Hendrix (1942-1970).

Depois do quadrinho Johnny Cash: Uma Biografia (InVerso), de Reinhard Kleist, e Cash: A autobiografia de Johnny Cash (LeYa Brasil), publicadas, respectivamente, em 2009 e 2013, o cantor e compositor country ganha nova biografia este ano. O Metallica solta o primeiro volume da história da banda.

E há a expectativa em torno do único trabalho do gênero autorizado pelo Rei: Collector's Book Roberto Carlos, uma fotobiografia com tiragem numerada e limitada em 3.000 exemplares. Fora do âmbito da polêmica, Chico Buarque volta à literatura com um romance que a Cia. das Letras agendou para setembro.

A editora também tem em seu cronograma dois esperadíssimos calhamaços de David Foster Wallace (1962-2008): Infinite Jest (que chega às lojas em uma edição com pouco mais de mil páginas) e The Pale King (metade disto: 500 páginas).

Um evento que promete movimentar as gráficas é a memória dos 50 anos de Ditadura Militar no Brasil (1964-1985): chega às estantes no próximo mês, pela Cosac Naify, a coletânea de narrativas breves Você Vai Voltar pra Mim e Outros Contos, baseada em relatos ouvidos pelo jornalista Bernardo Kucinski na Comissão da Verdade de São Paulo.

A aposta para best-seller é o suíço Joe Dicker, que desbancou o fenômeno Cinquenta Tons de Cinza na Europa e chega por aqui em junho.