VIDA URBANA
Cresce número de estrangeiros na Paraíba
De acordo com o IBGE, a Paraíba abriga 1,4 mil habitantes de outras nacionalidades.
Publicado em 05/02/2012 às 8:00
A bandeira nacional com listras vermelhas, amarelas e pretas é uma das poucas lembranças que o empresário Diederik Van Reemen ainda conserva da Alemanha. Ele nasceu na cidade de Hamm, localizada no Estado alemão de Nordrhein, a 456 quilômetros da capital, Berlim. Mas saiu do país há quase 3 décadas, quando tinha pouco mais de 20 anos.
O empresário, que já havia sido dono de três empresas na terra natal, veio para a Paraíba com a intenção apenas de descansar, mas mudou os planos e decidiu desfazer as malas de forma definitiva, após encontrar as condições que procurava para levar uma vida mais longa e saudável. “Fui atraído pela qualidade de vida que encontrei aqui”, conta o alemão, ainda com o sotaque carregado.
Assim como Diederik, outros estrangeiros também estão ultrapassando fronteiras e “fincando raízes” no solo paraibano.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que a residência de imigrantes no Estado vem aumentando. Em 2007, eram 932 pessoas de outras nacionalidades vivendo na Paraíba. Os dados mais recentes são de 2010 e mostram que esse número já chegou a 1.477, crescimento de 27%. No Brasil, já existem 433.428 habitantes falando português com sotaques marcantes de outras nacionalidades.
Na maioria dos casos, eles chegaram à Paraíba com a intenção apenas de descansar, mas decidem permanecer no Estado, em virtude das condições climáticas, belezas naturais e potencial econômico.
Na orla marítima pessoense, por exemplo, muitos hotéis, pousadas, bares e restaurantes estão nas mãos de pessoas de outros países, especialmente da Itália, Portugal, Argentina, Espanha, França e Argentina. Isso ocorre nas principais praias de João Pessoa (Cabo Branco, Tambaú, Manaíra e Bessa).
Até nas regiões mais afastadas da capital a predominância dos estrangeiros continua. Basta uma pequena volta nas praias dos Litorais Sul e Norte (Jacumã, Pitimbu, Conde, Baía da Traição, Lucena, Cabedelo e Mataraca) para perceber isso.
Foi o que aconteceu com Diederik. Ele é dono de uma marina, na Praia do Poço, em Cabedelo, Grande João Pessoa, e responsável pela guarda de embarcações de pequeno e médio portes, como lanchas e jetski. A casa onde mora fica a cinco minutos do local do trabalho e bem diante do mar.
Com olhos atentos de empreendedor, viu nas belezas naturais do local uma forma de manter o padrão de vida que tinha na Alemanha e, de quebra, ainda levar uma vida mais saudável.
“Ainda na Alemanha, ouvia falar das belezas naturais da Paraíba, mas só vim para cá, quando fiquei doente e recebi recomendação médica para descansar. Minha família mora na Alemanha, mas eu acabei ficando na Paraíba, onde casei, tive filhas e fundei a marina”, conta.
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