CULTURA
Julio Iglesias canta de alma rejuvenescida
Ele recém lançou Julio Iglesias 1 – Volume 1 (Som Livre, R$ 24,90), compilação dos grandes sucessos.
Publicado em 26/10/2011 às 6:30
Aparentemente, há duas versões do passado de Julio Iglesias: uma, contada por toda a imprensa, por pesquisadores de sua trajetória e fãs de uma das vozes mais conhecidas pelo público internacional, dão conta da história de Julio José Iglesias Puga de la Cueva, um espanhol nascido em 1943 que, por volta dos seus 20 anos, sofreu um sério acidente automobilístico e abandonou a pequena área do Real Madrid, time em que atuava como goleiro, para ganhar os palcos do mundo.
A outra, contada pelo próprio Julio Iglesias, traz como protagonista um garoto prodígio que, aos cinco anos, ganhou o Festival Internacional da Canção em Benidorm, ainda na Espanha, e um ano depois já assinava seu primeiro contrato com a gravadora Columbia para o lançamento de Yo Canto (1969), álbum que já de cara obteve o terceiro lugar nas paradas espanholas por 15 semanas consecutivas.
“É que, na realidade, acabo de completar 48 anos; não sei quem desinformou o senhor com essa de 68”, responde Julio Iglesias à reportagem, quando questionado sobre o que, aos 68 anos, ainda o motiva a sair em turnê por outros países. A contestação deixa pelo menos uma suspeita: banhado pelas luzes dos holofotes que pousam sobre a elegância de seu terno desde a chegada ao Brasil, no início do mês, o sr. Iglesias rejuvenesce pelo menos 20 anos.
“Eu me sinto cheio de energia e vontade de seguir adiante. O segredo é a paixão. A paixão pela vida, e por tudo aquilo que ela tem me dado”, conta o cantor, que já fez sete shows no país e se prepara para vir ao Nordeste para duas apresentações: uma em Olinda (PE), na sexta-feira, e outra em João Pessoa, no sábado.
“Creio profundamente que agora canto melhor que quando comecei. Por isso, decidi que é o momento de voltar a gravar as canções mais representativas de minhas quatro décadas de carreira”, entusiasma-se quem acaba de se lançar às lojas com Julio Iglesias 1 – Volume 1 (Som Livre, R$ 24,90), compilação dos grandes sucessos de um intérprete versátil, famoso também por suas parcerias com brasileiros como Roberto Carlos.
A rivalidade com o Rei, que já rendeu páginas no 'The New York Times', parece mesmo só existir nas prateleiras: “Foi uma honra cantar com as grandes vozes do Brasil. Todos foram encantadores e, muito além do trabalho artístico, restaram amizades sinceras”, garante o mestre dos tangos e boleros.
“Por isso, estou sempre aberto às colaborações, aos duetos.
São experiências enriquecedoras”, conclui o dono de um legado que, desde já, deixa uma responsabilidade a sucessores como seu próprio filho, Enrique Iglesias, que também deve sentir o peso do sobrenome. “A responsabilidade é boa, assegura um alto nível de qualidade”, brinca o pai de toda uma geração de artistas latinos a quem passará a bola após uma aposentadoria ainda não planejada.
FUTEBOL E COPA
E por falar em bola, Julio Iglesias ainda se diz aficionado por um esporte em que atuou como profissional por cinco anos, antes de descobrir sua vocação musical em um quarto de hospital, escrevendo versos românticos, ouvindo rádio e praticando ao violão.
“Sigo o esporte – especialmente as modalidades nas quais os espanhóis se destacam – com muito interesse. Nunca perco as partidas do Real Madrid”, afirma como bom torcedor dos 'Galácticos'.
Quanto à Copa do Mundo, que será realizada no Brasil em 2014, Julio Iglesias tem um comentário e um palpite: “O Brasil merece plenamente essa oportunidade de organizar o próximo mundial de futebol, porque o país tem uma das equipes que fizeram história e que segue revelando jogadores fantásticos. É difícil dar um prognóstico de quem ganhará o mundial. Como espanhol, claro que adoraria que a Espanha repetisse o título. Se não fosse possível, seria fantástico que o Brasil, como organizador, ficasse com o troféu em casa”.
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