VIDA URBANA
CRM fiscaliza e interdita Unidades de Saúde no interior da Paraíba
Prédio sem infraestrutura e falta de condições de trabalho fazem com que CRM recomende fiscalização do MPT e DRT e interdite Unidades Básicas de Saúde pelo interior.
Publicado em 10/08/2011 às 16:23
Da Redação
Com Assessoria
O Conselho Regional de Medicina (CRM) da Paraíba está promovendo uma série de fiscalizações e, após fechar pela manhã um hospital estadual por falta de médicos, interditou a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Maria de Lourdes Lins, no Centro da cidade de Tacima, no Curimataú paraibano, no início da tarde desta quarta-feira (10).
Segundo o CRM, a unidade do Curimataú não apresenta as condições mínimas de trabalho e apresenta uma estrutura predial em péssimas condições. O local fere a Norma Regulamentadora nº 24 do Ministério do Trabalho em vários aspectos. “Todo local de trabalho precisa de condições mínimas que assegurem a segurança do funcionário, por isso recomendamos uma fiscalização também do Ministério Público do Trabalho e da Delegacia Regional do Trabalho”, disse o diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça.
O diretor contou que a unidade tem apenas um banheiro em péssimas condições, fora do posto de saúde, sem pia e sem tampa no assento sanitário. Em uma unidade de saúde são necessários, pelo menos, quatro banheiros, sendo dois para funcionários (masculino e feminino) e dois para os usuários (masculino e feminino). “O acesso ao único banheiro é feito ao ar livre, pelo sol ou chuva, no quintal do terreno. Isso é um absurdo. Esse foi o pior banheiro que já vi em unidades de saúde da Paraíba”, afirma o diretor de fisalização.
De acordo com o relatório da fiscalização, a unidade de saúde está instalada em um prédio com condições estruturais lastimáveis. “As paredes de todas as salas estão no reboco, com muita poeira, o que faz muito mal aos pacientes que procuram atendimento, principalmente os alérgicos”, disse Eurípedes. Ele ainda acrescentou a falta de acessibilidade no local, com degraus na entrada.
Além disso, a unidade não conta com sala de vacinação, sala de reunião e gabinete odontológico. Sem a sala de vacinação, o posto de saúde realiza imunizações apenas uma vez por semana, o que é contra norma do Ministério da Saúde, que afirma que as unidades devem dispor de sala específica para vacinação, funcionando diariamente.
Em maio do ano passado, o CRM-PB esteve na UBSF e detectou os mesmos problemas encontrados hoje. “Demos um prazo para que as irregularidades fossem resolvidas. Voltamos mais de um ano depois e nada foi resolvido. A única alternativa era interditar a unidade”, completou Eurípedes Mendonça.
No Agreste
O CRM também interditou na manhã desta quarta-feira a Unidade Mista de Saúde Frei Damião na cidade de Lagoa de Dentro. O hospital estadual, o único da cidade, não mantém em sua escala médicos todos os dias, comprometendo o atendimento à população. A unidade já havia sido vistoriada outras três vezes este ano, permanecendo em todas as fiscalizações com os mesmos problemas.
“Hoje pela manhã, quando chegamos à unidade, não havia nenhum médico de plantão. Portanto, orientamos a população a procurar o hospital mais próximo, em Guarabira, que fica a uns 30 km”, destacou o diretor de Fiscalização do CRM-PB, Eurípedes Mendonça. A unidade será interditada a partir da zero hora desta quinta, 11 de agosto.
Além de não contar com médicos diariamente, o hospital não tem laboratório de radiologia, o que impossibilita a realização de exames de Raio-X, e não possui ambulância para remoção de pacientes e transporte do material para a realização de exames de sangue no hospital de Guarabira.
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