ECONOMIA
Paraíba tem o 4º menor PIB per capita do país, revela IBGE
O valor do PIB per capita da Paraíba, que foi superior apenas aos estados do Piauí (R$ 4.662), Maranhão (R$ 5.165) e Alagoas (R$ 5.858), representou somente 42,15% do país (R$ 14.465).
Publicado em 04/09/2010 às 8:23
De Jean Gregório do Jornal da Paraíba
Com apenas R$ 6.097, a Paraíba possui o quarto menor PIB (Produto Interno Bruto) per capita do país. Foi o que mostrou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa ‘Indicadores de Desenvolvimento Sustentável’, divulgado nessa sexta-feira (3) com base nos dados de 2007, último ano disponível de todos os estados da federação.
O valor do PIB per capita da Paraíba, que foi superior apenas aos estados do Piauí (R$ 4.662), Maranhão (R$ 5.165) e Alagoas (R$ 5.858), representou somente 42,15% do país (R$ 14.465) e ainda ficou abaixo da média alcançada pelo Nordeste (R$ 6.749), já considerada baixa, pois equivale a menos da metade da nacional. De acordo com a pesquisa do IBGE, os menores PIBs per capita ficaram na região Nordeste.
Entre as unidades federativas, o destaque positivo ficou com o Distrito Federal, que tem o maior PIB per capita do País (R$ 40.696), quase o dobro do registrado no Estado de São Paulo (R$ 22.667,00), que obteve o segundo lugar. O Rio de Janeiro ocupa a terceira posição (R$ 19.245,00), seguido por Espírito Santo (R$ 18.003,00) e Santa Catarina (R$ 17.834,00).
O PIB per capita (por pessoa) é obtido com a divisão da soma de riquezas do Estado pelo total da população. Segundo o IBGE, em 2007, o PIB da Paraíba atingiu R$ 22,2 bilhões e a população estimada era de 3,641 milhões de pessoa, resultando no valor (R$ 6.097).
Para o economista e vice-presidente do Conselho Regional de Economia do Estado da Paraíba (Corecon-PB), Rafael Bernardino, “a pesquisa apenas reflete, em termos absolutos, que a riqueza gerada no Estado ainda é pequena para o número de habitantes. Isso acontece porque temos tido um crescimento econômico abaixo da média do país e da região Nordeste, sem falar em alguns fatores limitantes como um número alto de servidores públicos, com média salarial muito baixa, além de reduzido emprego no setor privado”, explicou.
Para Rafael Bernadino, a perspectiva não tende a ser animadora com as projeções econômicas para o Estado. “Se mantivermos a taxa de crescimento da Paraíba na mesma média do país e da Região Nordeste nos próximos anos não iremos mudar de posição. É uma questão apenas de lógica diante do quadro atual.
Para mudarmos, precisamos crescer muito acima do país e da região por um longo período, multiplicar o nível de empregos atuais, elevar o consumo da maior parte da população e atrairmos investimentos sobretudo privados para gerar mais riqueza do Estado”, declarou o economista.
A Datamétrica Consultoria projeta que o PIB da Paraíba crescerá 7,29% em 2010, praticamente a mesma taxa do país (7,2%), mas inferior ao do Nordeste 7,7%. Já os estados de Pernambuco (8%), Ceará (7,86%), Maranhão (7,83%) e Sergipe (7,83%) vão crescer acima da média regional.
O secretário estadual de Planejamento e Gestão, Osman Cartaxo, concorda que a soma da riqueza gerada na economia da Paraíba é ainda pequena para o número de habitantes.
“A participação do PIB do Estado na economia nacional é de apenas 0,8% há muitos anos, enquanto outros estados como Pernambuco, Ceará, Maranhão e o Rio Grande do Norte vêm crescendo e desenvolvendo projetos de grande monta que inseriram seus estados na economia regional. Na prática, esses projetos estruturantes em curso que vão de portos regionais, passando pela irrigação de fruticultura vão impactar ainda mais suas riquezas e, por extensão, o PIB per capita nos próximos anos”, avalia.
Para o secretário, o Estado precisa definir o perfil econômico para inserir a economia no contexto regional. “A construção do Porto de Águas Profundas, o programa de mineração e a ampliação da área irrigada, que ainda é muito baixa, são projetos fundamentais. Para se ter uma ideia de um potencial na mineração, a Paraíba detém 80% da reserva do país da betonita no município de Boa vista, mas precisamos assegurar a ferrovia Transnordestina para escoar não apenas esse minério, mas a produção”.
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