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POLÍTICA

Weick diz que folha do Estado será paga por outro banco caso Real não reduza taxas

Procurador Geral do Estado disse que Banco Real pagou muito pouco pela folha do Estado. Weick libera relatório na quarta e aguarda contraproposta do banco.

Publicado em 23/03/2009 às 19:09

Phelipe Caldas

O procurador geral do Estado, Marcelo Weick, presidente da comissão especial instaurada pelo governador José Maranhão (PMDB) para rever o contrato do Governo da Paraíba com o Banco Real para o pagamento da folha de pessoal, declarou na noite desta segunda-feira (23) que até quarta vai entregar o seu relatório sobre o assunto, pautado principalmente pela necessidade de se baixar drasticamente as taxas bancárias e de rever o valor definido em contrato para a venda da folha de pagamento. Uma mudança no Banco não está descartada.

Segundo ele, a taxa mínima e obrigatória para as contas-correntes dos servidores estaduais são de R$ 12, e que este valor tem que obrigatoriamente cair. Em relação ao valor da venda da folha, o procurador explica que o Banco Real pagou apenas R$ 70 milhões, “um valor muito aquém do que poderia ser pago”.

Marcelo Weick se antecipa e diz que a proposta do Governo da Paraíba não se resume a uma "caça às bruxas" contra os contratos firmados no governo anterior, mas é apenas uma ação para colocar em prática o que o grupo já defendia quando era oposição.

“Temos que zelar pelos cofres públicos da Paraíba e principalmente pelo bolso dos servidores, que são obrigados a pagar taxas abusivas", disparou.

Weick revelou ainda que já se reuniu com diretores do Banco Santander, novo acionista majoritário do Banco Real, e que vai esperar um contraproposta da empresa. “Eles já sinalizaram que podem reduzir as taxas, mas vamos ver quanto será esta redução. Ou a redução é drástica ou iremos rever o contrato”, declarou.

Outros bancos, inclusive, já estariam interessados no contrato. O Banco do Brasil, a Caixa e alguns bancos privados já se manifestaram, mas Weick aponta que diante de uma eventual mudança quem teria vantagem seria o Banco do Brasil.

“A instituição federal já é dona de 30% da folha de pagamento do Estado, pois ela atende os municípios em que o Banco Real não cobre. Por isto o Banco do Brasil seria uma opção natural”, explica.

Sobre o valor total da venda, o procurador mostra como exemplo a Prefeitura de João Pessoa, que vendeu sua folha por R$ 60 milhões. “O Banco Real pagou muito barato pela folha do Estado, que tem o quádruplo do tamanho da folha de João Pessoa”, compara.

Outra questão que Weick aponta é no que diz respeito ao pagamento do montante. No contrato, o Real deveria pagar R$ 35 milhões a vista e os outros R$ 35 milhões em parcelas mensais, mas que em dezembro de 2006 o Real teria quitado todo o valor restante, mesmo sem ter tido nenhuma vantagem para isto.

“É estranho o fato do Banco Real ter quitado o pagamento antes do prazo, sem que para isto tenha tipo qualquer tipo de vantagem. E justamente num período de instabilidade política, em que o processo de cassação do então governador Cássio Cunha Lima (PSDB) já tinha se iniciado”, concluiu.

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Jornal da Paraíba

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