Insegurança em bairro nobre de João Pessoa

Morar em um bairro nobre de João Pessoa, ao contrário do que se imagina, não significa ter uma vida tranquila. Os moradores de Manaíra, por exemplo, adotam de forma independente algumas medidas de segurança para evitar serem vítimas de assaltos, mas que acabam interferindo na rotina. A Polícia Militar ressalta que ações de policiamento são feitas diariamente em todo o quadrante do bairro.

A presença e movimentação constante de policiais em Manaíra, em virtude da instalação do Distrito Integrado de Segurança Pública (Disp), não impedem a ação dos criminosos, segundo a população, principalmente pelo fato de ter ao lado um aglomerado subnormal (favela) – São José.

A falsa sensação de segurança promovida pela unidade policial se desfaz nas ruas de menor movimentação de pessoas e se agrava ainda mais no período noturno, quando os moradores se comunicam por telefone com parentes, familiares e até vizinhos para saber se não há nenhuma situação suspeita na rua e poder chegar em casa sem se sentir ameaçado.

A comerciária Pollyanna Oliveira, 40 anos, adota essa prática e revela que mesmo assim já foi assaltada várias vezes.

“Já perdi as contas de quantas vezes fui vítima de assalto. Quando estou próxima de casa ligo para alguém para saber se tem algum suspeito na rua e às vezes peço para me esperar no portão. À noite a situação é ainda pior, porque as ruas ficam muito mais esquisitas”, declarou ao acrescentar que as outras três pessoas da casa onde mora adotam as mesmas medidas.

Já quem possui um estabelecimento comercial no bairro ou moradores de condomínios residenciais, contratam seguranças de empresas privadas. É comum passar à frente de lojas, bares, restaurantes, lanchonetes e grandes prédios e verificar a presença de um segurança.

Entretanto, para o coordenador da Polícia Militar no Disp, capitão João Allison de Brito, o policiamento tem sido feito de forma satisfatória seguindo as determinações da cúpula de segurança do Estado, que estabeleceu as ações da polícia por meio das divisões dos Quadrantes de Polícia Preventiva (QPP).

“Em Manaíra, por dia temos duas viaturas, cada uma com três homens, além do motopatrulhamento feito por equipes da Radiopatrulha e da Rotam (Rondas Ostensivas Táticas com Apoio de Motocicletas)”, afirmou.

O oficial acrescentou que os quadrantes passarão a ser 'solidários' e não mais QPPs, onde policiais graduados para atuar em ações de policiamento comunitários farão as rondas e atenderão às demandas da população.