VIDA URBANA
Transposição do São Francisco está paralisada na PB
Das 16 áreas em todo o NE, sete estão paradas, inclusive as pertencentes ao eixo que inclui a Paraíba.
Publicado em 14/08/2012 às 6:00
Orçada em R$ 8,2 bilhões, a obra de transposição das águas do rio São Francisco pretende em até 2025 beneficiar cerca de 2,5 milhões de paraibanos distribuídos em 127 municípios. Contudo, praticamente a metade dos lotes de execução de obras estão paralisados, inclusive os localizados no Estado, o que tem provocado o atraso na conclusão dos trechos.
Das 16 áreas em todo o Nordeste, sete estão em inatividade, inclusive os pertencentes ao eixo Norte, como a cidade de São José de Piranhas, que concentra os sistemas adutores de Coremas / Sabugi e Canal Coremas / Sousa. As obras em São José de Piranhas foram visitadas em dezembro de 2010 pelo então presidente Lula.
Quem denunciou a pausa nos trabalhos foi o deputado estadual Assis Quintans. Segundo ele, desde o último mês de junho, data de sua última visita aos canteiros de obras, não havia nenhum sinal de trabalho, o que apontaria um prejuízo para os moradores da região que contam com a conclusão do projeto para serem assistidos na região. “Aquela área tem 560 metros cúbicos de água por habitante/ ano, onde a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que o mínimo seja 1.500 metros cúbicos. É uma região deficitária que sofre cada vez mais com o atraso dos trabalhos”, disse.
Quintans é um dos parlamentares indicados pela Assembleia Legislativa para acompanhar as obras e mostrou-se pessimista com os resultados dos investimentos que já foram feitos, uma vez que o andamento da obra em vários locais não tem sido positivo. “A obra começou com R$ 4,6 bilhões de previsão orçamentária. Hoje esse número subiu para R$ 8,2 bilhões, sendo gasto mais de R$ 3,2 bilhões até agora, mas com vários pontos que não avançaram, tanto no Eixo Norte como no Leste”, acrescentou.
No estado da Paraíba, o Eixo Leste do projeto permitirá o aumento da garantia da oferta de água para os municípios atendidos pelas adutoras do Congo, Cariri, Boqueirão e Acauã.
De acordo com a assessoria de comunicação do Ministério da Integração Nacional, 40% das obras estão concluídas, e os trechos que estão parados não apresentam preocupação, uma vez que até 2015 serão finalizados 81 quilômetros entre os municípios de Brejo Santo (CE), até o reservatório Engenheiro Ávidos, em Cajazeiras.
Nova vistoria
Para o lote entre as cidades de São José de Piranhas (PB) e Cabrobó (PE), o Ministério apontou que está em fase de conclusão, uma vez que os contratos com as construtoras está em fase de encerramento. Contudo, o Quintans confirmou que até o mês de setembro será formada uma comissão contando, além da classe política, com técnicos do Ministério da Integração e o Tribunal de Contas da União para averiguar os motivos da morosidade nas áreas citadas pelo parlamentar.
“O que nós vimos foi um verdadeiro abandono nesses locais. O que precisamos fazer é a classe política assumir a responsabilidade e fazer pressão para o prosseguimento da obra.
Vamos reunir os representantes da Paraíba no Senado e fazer um relatório, porque o que eu fiz da última vez que visitei os locais mostra que a obra está andando a passos de tartaruga”, destacou Assis.
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