VIDA URBANA
Quilombolas recebem casas e têm comunidade fortalecida
Casas serão entregues oficialmente pelo prefeito Luciano Cartaxo, hoje, durante evento no núcleo quilombola Dona Silvinha, localizado na PB-008
Publicado em 14/05/2015 às 9:19 | Atualizado em 09/02/2024 às 17:10
Flávia Pereira, de 33 anos, vive com duas filhas na comunidade quilombola de Paratibe, em João Pessoa. Perto da família, com tranquilidade e uma casa segura e digna, ela não esconde a satisfação de poder estar rodeada por suas origens e tradições. A história dela, no entanto, nem sempre foi assim.
Ela conta que já passou por momentos muito difíceis antes de ser beneficiada com uma das 68 casas populares construídas pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP) para atender os quilombolas. As casas serão entregues oficialmente pelo prefeito Luciano Cartaxo, hoje, durante evento no núcleo quilombola Dona Silvinha, localizado na PB-008, próximo à subestação da Energisa.
“Eu casei e quis construir minha família, então aluguei um quartinho para viver com minha família. Era um lugar pequeno, úmido, que entrava água e esgoto e ali eu sofri muito. Chorava toda noite por ter que ficar ali com minhas filhas”, relatou Flávia, que é mãe de Marília, de 11 anos, e de Vitória, de 2, que possui necessidades especiais.
O afastamento das novas gerações preocupava a comunidade, que temia o enfraquecimento da cultura quilombola. “Quando estamos juntos nós fortalecemos nossos laços e fortalecemos a nossa comunidade. A gente tem prazer de ficar junto e ninguém quer sair daqui. Sai porque precisa, e isso acaba tendo repercussão na comunidade como um todo”, declarou a presidente da Associação Comunidade Negra de Paratibe, Josiane Pereira.
A manutenção dos descendentes quilombolas em seu local de origem e a garantia de uma moradia digna foi possível por meio da PMJP, que colocou em prática o Programa Social de Habitação (PSH). No total, foram construídas 68 casas, que receberam investimento de R$ 1,420 milhão.
As novas casas possuem 40 metros quadrados (m²) e contam com cozinha, sala, banheiro, dois quartos e espaço externo para área de serviço. “A casa é muito boa, com certeza vivo bem melhor hoje do que antes”, contou Kerullais Nascimento, de 21 anos, que morava na casa da mãe com o marido e seu filho. “Nasci e me criei aqui e não queria sair. Agora tenho a certeza de que vou poder ficar porque tenho minha própria casa”.
Algumas unidades ainda foram adaptadas para receber pessoas com deficiência, como o caso da casa recebida por Flávia Pereira. “Minha filha ainda é de colo, mas vai precisar de cadeiras de rodas quando estiver mais velha e a casa já possui portas largas e banheiro adaptado”, listou.
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