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COTIDIANO

Grupo da 'Cúpula dos Povos' não acredita em acordo sustentável

Na avaliação dos representantes da Cúpula dos Povos, os documentos do processo oficial já não inspiram confiança.

Publicado em 16/06/2012 às 8:00

Os representantes da Cúpula dos Povos, evento paralelo à Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), não acreditam na elaboração de um documento concreto por parte dos negociadores dos países que integram o evento oficial, que ocorre no Riocentro, na zona oeste da cidade. Informações da Agência Brasil.

Ontem, no Aterro do Flamengo, onde se realiza o encontro da Cúpula dos Povos, em entrevista coletiva concedida pelos representantes do Grupo de Articulação do Comitê Facilitador da Sociedade Civil (CFSC), o dirigente da Via Campesina, Luiz Zarref, disse que o grupo vem acompanhando o desenrolar das negociações, mas que não alimenta expectativas de que haja acordos concretos e consensuais em prol da definição de uma política de sustentabilidade. Participantes aproveitaram a ocasião para protestar.

“Até agora, as nossas expectativas são que não sairá nenhum documento a favor dos povos, do planeta e do meio ambiente. Ao contrário, o que está saindo é uma nova engenharia de um sistema capitalista que está em crise no seu centro principal – a Europa e a América do Norte – e que está tentando descobrir ferramentas para se apropriar dos territórios dos países do Sul, países que possuem povos e comunidades em espaços que não foram ainda totalmente dominados pelo capital”.

Na avaliação dos representantes da Cúpula dos Povos, os documentos do processo oficial já não inspiram confiança, o que leva ao avanço cada vez maior da leitura de que não sairá nada de positivo da cúpula oficial. “Se, na Rio92 [Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento], nós tínhamos disputa por posições distintas, uma vez que tinham países que ainda se preocupavam com a solidariedade dos povos, com o bem da humanidade, nesta cúpula isso já não ocorre. Há, sim, um ou outro país que ainda tem defendido a sua posição mais favorável aos povos, mas que ainda está em uma posição bastante isolada”, disse Zarref, sem, no entanto, citar o nome de todos os países que estão nesta situação.

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Jornal da Paraíba

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