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VIDA URBANA

Mãe social: mulheres ajudam crianças e adolescentes abandonados

Para ocupar o cargo, elas têm de passar por uma criteriosa seleção, que inclui teste psicológico e investigação da vida pregressa.

Publicado em 07/06/2015 às 7:40 | Atualizado em 08/02/2024 às 16:55

Um ato de solidariedade, pouco reconhecido pela sociedade, tem feito a diferença na vida de crianças e adolescentes que vivem em instituições de acolhimento (antigos abrigos) de João Pessoa. As mães sociais, como são chamadas, são mulheres comuns que abraçaram a causa de ajudar no desenvolvimento dos meninos que trazem consigo o trauma do abandono. Cada uma delas pode acolher até nove crianças. No dia a dia, elas enfrentam o desafio de ajudá-los a encontrar motivos para sorrir, apesar da dor e dos traumas.

Mães sociais também são conhecidas como cuidadoras de crianças. Para ocupar o cargo, elas têm de passar por uma criteriosa seleção, que inclui teste psicológico e investigação da vida pregressa. A profissão é regulamentada pela legislação brasileira, por isso as mães sociais têm carteira assinada e todos os direitos trabalhistas garantidos. Porém, é preciso ter outros requisitos, segundo afirmou a gestora da Aldeia SOS, Ana Lúcia Félix.

“Para ser mãe social não basta apenas querer um emprego. Essa profissão tem suas particularidades. É necessário, antes de qualquer outra coisa, ter aptidão”, declarou Ana. As mães sociais recebem um salário para ser a mãe que muitas crianças procuram. “O papel delas é fundamental para o resgate da autoestima e das histórias de vida das crianças e adolescentes. Elas se tornam um referencial”, afirmou a gestora. Atualmente as instituições de acolhimento de João Pessoa contam com três mães sociais, cada uma responsável por uma casa-lar.

Há quatro anos, Vilma Cavalcanti assumiu o desafio de se tornar mãe social. Sem filhos biológicos, ela se tornou mãe de coração de várias crianças e adolescentes que já passaram pela casa. Nesse período ela se acostumou a ouvir histórias de sofrimento e revolta dos meninos que vão para as instituições de acolhimento por determinação judicial. Segundo ela, o sentimento da maioria é de revolta e frustração, causados pelo abandono ou maus-tratos dos quais foram vítimas. O processo de acolhimento inclui assistência social e psicológica, além de muito carinho por parte das mães sociais.

A rotina na casa-lar reacende a esperança das crianças e adolescentes que estão afastados de suas famílias biológicas por motivos diversos. Algumas ainda podem ser reintegradas à família de origem; outras vão para a adoção, se a Justiça entender que os pais biológicos devem ser destituídos do poder familiar. “Temos a responsabilidade de acolher esses meninos e de mostrar que nem tudo está perdido. Quando eles chegam às casas encontram amor e respeito, exatamente o que faltava lá fora”, destacou.

A missão de Vilma inclui levar as crianças e adolescentes à escola, ao médico e ouvir as aflições que muitas vezes só são contadas depois de um período na casa. “Geralmente eles chegam acanhados, mas vai passando o tempo e eles passam a nos ver como pessoas de confiança. O elo se torna muito forte”, afirmou a mãe social, que é chamada carinhosamente de tia Vilma. Quando algum dos meninos volta para a família biológica ou ganha uma nova por meio da adoção, fica um vazio na casa, “mas a gente fica feliz porque o que realmente importa é o bem-estar deles”.

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Jornal da Paraíba

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