VIDA URBANA
Famíliares de detentos fazem protesto na AL e exigem saída de diretor do presídio
Esposas e familiares dão continuidade, nesta segunda-feira (6), à manifestação iniciada no domingo, quando as visitas foram suspensas por 30 dias.
Publicado em 06/07/2009 às 10:53
Karoline Zilah
De um lado, denúncias de agressões e maus tratos. Do outro, a direção do presídio do Roger, em João Pessoa, afirma que a situação está sob controle. As controvérsias são muitas e tiveram mais um capítulo no domingo (5), quando entrou em vigor a suspensão das visitas na penitenciária durante 30 dias, como forma de punição pela morte de um detento na última quarta-feira (1º).
Nesta segunda-feira (6), mulheres e familiares de detentos organizam uma manifestação em frente à Assembleia Legislativa para pedir a saída de Dinamérico Cardim do posto de diretor do Roger. Iraponira de Oliveira, companheira de um preso, denuncia que muitos homens teriam sofrido violência e estariam machucados. Até o momento, o crime ocorrido no pátio da instituição não foi solucionado.
No protesto, as famílias dizem que os manifestantes vão acampar na praça João Pessoa e só sairão de lá quando Dinamérico for deposto. Já o diretor diz que as acusações não passam de mentiras. “Quem tem boca diz o que quer”, afirmou em entrevista ao Paraíba1.
Cardim informou que usa da força que for necessária para conter a violência dentro do presídio. O assassinato da última quarta-feira (1º) aconteceu justamente durante um dia de visitas, o que motivou a suspensão da entrada de familiares, e quando o Roger comemorava 1 ano e 29 dias sem mortes.
Para ele, as mulheres reclamam porque não gostam das fiscalizações rígidas. “Vira e mexe nós prendemos uma mulher com drogas e celular. Eles não gostam da direção rígida por causa da nossa fiscalização”, declarou Dinamérico.
“Se vocês observarem o que era o Roger antigamente e o que é hoje, vão perceber as diferenças depois dos 2 anos e 2 meses que eu estou à frente da direção do presídio. Antes, toda semana morria gente, por isso apertamos a disciplinas e passamos mais de um ano sem mortes. É difícil administrar mil presos, que são mil cabeças diferentes, mas neste período não houve rebelião nem fuga”, se defendeu.
No início do mês de junho, o Ministério Público Federal e o Conselho Estadual de Defesa dos Direitos do Homem e do Cidadão da Paraíba (CEDDHC-PB) fizeram uma fiscalização, apontaram irregularidades e pediram o fechamento do presídio.
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