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POLÍTICA

O novo governo não contava com um Maranhão no meio do caminho

 Waldir Maranhão (PP), presidente interino da Casa, que substituiu Cunha, afastado do mandato pelo STF, se tornou um entrave. 

Publicado em 15/05/2016 às 12:01

Tudo parecia perfeito, como manda o figurino, mas esqueceram de “combinar com os deuses”. Esqueceram do imponderável. Dilma caia, Eduardo Cunha pegava o “beco”. Temer assumia governo e loteava a gestão com a nova base. Uma nova velha base, com membros novos dos antigos partidos de oposição: DEM e PSDB. Como não conseguiria os notáveis, cortava os ministérios para sinalizar que quer enxugar a máquina. Faria um discurso bonito e cheio de sinalizações importantes para o mercado e para o povo. Aí, era só mandar para Câmara projetos importantes da nova gestão para aprovação imediata. Na lista, projetos que, em tese, vão aumentar a possibilidade de sairmos da crise. O problema: não contaram com um Maranhão no meio do caminho: Waldir Maranhão, do PP/MA, presidente interino da Casa, que substituiu Cunha, afastado do mandato pelo STF.

Ele até seria perfeito se não fosse tão teimoso e fácil manipular. Vai bem a favor, mas, sem muito problema, segue contra. Seria impecável se estivesse ali para receber ordens do novo presidente, mas não parece simples. Maranhão é petulante. Tem até capacidade contestável, mas sabe bem que tem direito. Foram os próprios parlamentares, que nunca imaginaram tal cenário, que o colocaram como vice-presidente.
O carnegão de um furúnculo
Agora, querem tirá-lo a força. A alegação? Não tem “musculatura” para tal cargo, num momento tão difícil. Pressionam para que renuncie, ameaçam de expulsão do partido. Estão criando uma forma de tirar o carnegão desse furúnculo indesejado e fazer uma nova escolha forçada; com um novo nome do time, claro. Uma aberração. Maranhão não é o melhor, mas é hora de engolir. Foi citado na Lava Jato. Nossos ministros também foram; nove deles. Maranhão tem total direito de estar ali. Ele é a cara da aberração que é a nossa política. Estão com vergonha de quê?
Se não conseguirem tirá-lo a força, vão dar um antiinflamatório. Um presidente de fachada. O primeiro secretário, aceito porque faz parte do grupo que quer governar o país na marra, comandaria as votações. Maranhão é o que temos pra hoje; de capacidade questionável, mas eleito. Se for para colocar outro ao bel-prazer, para que apenas abaixe a cabeça e concorde, “somos todos Maranhão” até o fim do mandato, em fevereiro.
O caminho é enfrentar Cunha
O caminho correto poucos tem coragem de seguir e cobrar: cassar Cunha. Aliás, por que não pressionam Cunha para que ele renuncie? Por que têm medo do presidente afastado? Porque muitos têm “o rabo preso” e esperam que o STF faça o serviço completo. Assim, lavam as mãos. O processo contra ele se arrasta no Conselho de Ética por escancaradas manobras e permanece rodando em círculos, porque tentam diminuir o estrago. Talvez, uma pequena advertência como punição. É muita falta de vergonha. Perdoe-nos por certa agressividade. Mas é que, às vezes, não é fácil engolir essa política brasileira.
A política por aqui...
Ricardo no PMDB
O deputado estadual Ricardo Marcelo se filia nesta segunda-feira (16) ao PMDB. O evento será realizado na sede da legenda, na Beira Rio. “Ingresso ao PMDB para somar e para ajudar na construção e fortalecimento da estrutura partidária”, afirmou Marcelo. Ele até ensaiou retornar ao PSDB, mas se rendeu ao convite de Maranhão.
Crítica do PT
“Vimos com profunda preocupação à montagem do governo ilegítimo, formado na sua totalidade por homens, brancos, ricos e respondendo por ações e processos nas diversas instâncias do judiciário brasileiro. Estamos seguros de que os trabalhadores do campo e da cidade, os intelectuais progressistas, a juventude e as mulheres continuarão a cumprir seu papel de vanguarda na resistência pela legalidade. Continuaremos as manifestações por todo o Brasil e em especial na Paraíba”, trecho da Resolução emitida pelo PT da Paraíba neste fim de semana.
Decisão
No documento, o PT mantém o posicionamento de que nas eleições 2016 na Paraíba, ficam proibidas, em qualquer município, alianças políticas do PT com partidos que, segundo a legenda, são golpistas signatários deste ato covarde contra a constituição e o povo brasileiro. “Na Paraíba o PT não se alia com instituições políticas golpistas”, registra.
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Jornal da Paraíba

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