Tudo parecia perfeito, como manda o figurino, mas esqueceram de “combinar com os deuses”. Esqueceram do imponderável. Dilma caia, Eduardo Cunha pegava o “beco”. Temer assumia governo e loteava a gestão com a nova base. Uma nova velha base, com membros novos dos antigos partidos de oposição: DEM e PSDB. Como não conseguiria os notáveis, cortava os ministérios para sinalizar que quer enxugar a máquina. Faria um discurso bonito e cheio de sinalizações importantes para o mercado e para o povo. Aí, era só mandar para Câmara projetos importantes da nova gestão para aprovação imediata. Na lista, projetos que, em tese, vão aumentar a possibilidade de sairmos da crise. O problema: não contaram com um Maranhão no meio do caminho: Waldir Maranhão, do PP/MA, presidente interino da Casa, que substituiu Cunha, afastado do mandato pelo STF.
Ele até seria perfeito se não fosse tão teimoso e fácil manipular. Vai bem a favor, mas, sem muito problema, segue contra. Seria impecável se estivesse ali para receber ordens do novo presidente, mas não parece simples. Maranhão é petulante. Tem até capacidade contestável, mas sabe bem que tem direito. Foram os próprios parlamentares, que nunca imaginaram tal cenário, que o colocaram como vice-presidente.
O carnegão de um furúnculo
Agora, querem tirá-lo a força. A alegação? Não tem “musculatura” para tal cargo, num momento tão difícil. Pressionam para que renuncie, ameaçam de expulsão do partido. Estão criando uma forma de tirar o carnegão desse furúnculo indesejado e fazer uma nova escolha forçada; com um novo nome do time, claro. Uma aberração. Maranhão não é o melhor, mas é hora de engolir. Foi citado na Lava Jato. Nossos ministros também foram; nove deles. Maranhão tem total direito de estar ali. Ele é a cara da aberração que é a nossa política. Estão com vergonha de quê?
Se não conseguirem tirá-lo a força, vão dar um antiinflamatório. Um presidente de fachada. O primeiro secretário, aceito porque faz parte do grupo que quer governar o país na marra, comandaria as votações. Maranhão é o que temos pra hoje; de capacidade questionável, mas eleito. Se for para colocar outro ao bel-prazer, para que apenas abaixe a cabeça e concorde, “somos todos Maranhão” até o fim do mandato, em fevereiro.
O caminho é enfrentar Cunha
O caminho correto poucos tem coragem de seguir e cobrar: cassar Cunha. Aliás, por que não pressionam Cunha para que ele renuncie? Por que têm medo do presidente afastado? Porque muitos têm “o rabo preso” e esperam que o STF faça o serviço completo. Assim, lavam as mãos. O processo contra ele se arrasta no Conselho de Ética por escancaradas manobras e permanece rodando em círculos, porque tentam diminuir o estrago. Talvez, uma pequena advertência como punição. É muita falta de vergonha. Perdoe-nos por certa agressividade. Mas é que, às vezes, não é fácil engolir essa política brasileira.
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Ricardo no PMDB
O deputado estadual Ricardo Marcelo se filia nesta segunda-feira (16) ao PMDB. O evento será realizado na sede da legenda, na Beira Rio. “Ingresso ao PMDB para somar e para ajudar na construção e fortalecimento da estrutura partidária”, afirmou Marcelo. Ele até ensaiou retornar ao PSDB, mas se rendeu ao convite de Maranhão.
Crítica do PT
“Vimos com profunda preocupação à montagem do governo ilegítimo, formado na sua totalidade por homens, brancos, ricos e respondendo por ações e processos nas diversas instâncias do judiciário brasileiro. Estamos seguros de que os trabalhadores do campo e da cidade, os intelectuais progressistas, a juventude e as mulheres continuarão a cumprir seu papel de vanguarda na resistência pela legalidade. Continuaremos as manifestações por todo o Brasil e em especial na Paraíba”, trecho da Resolução emitida pelo PT da Paraíba neste fim de semana.
Decisão
No documento, o PT mantém o posicionamento de que nas eleições 2016 na Paraíba, ficam proibidas, em qualquer município, alianças políticas do PT com partidos que, segundo a legenda, são golpistas signatários deste ato covarde contra a constituição e o povo brasileiro. “Na Paraíba o PT não se alia com instituições políticas golpistas”, registra.
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