VIDA URBANA
Bloco Muriçoquinhas lança campanha contra trabalho infantil
Evento de apresentação reuniu personalidades da cultura e da ação social da cidade.
Publicado em 15/12/2011 às 10:30
A promotora da Infância e da Juventude Soraya Escorel foi apresentada, na manhã desta quarta-feira (14) como madrinha do bloco Muriçoquinhas em 2012. A apresentação aconteceu durante café da manhã realizado no Clube Cabo Branco, quando o bloco lançou sua campanha Contra o Trabalho Infantil, evento que reuniu personalidades da cultura e da ação social da cidade. Para Soraya, que diz já ser foliã, junto com suas duas filhas, o convite para amadrinhar o Muriçoquinhas em 2012 foi uma grande alegria. “A gente já faz nossa parte como profissional, mas também me preocupo como cidadã. E quero trabalhar o ano todo ações com o bloco”, prometeu.
Com o objetivo de fortalecer ações de proteção à infância e adolescência em João Pessoa, o bloco também reforça no próximo carnaval sua parceria com a Casa Pequeno Davi, organização que atua há 26 anos no bairro do Roger, oferecendo educação integral a crianças e adolescentes e trabalhando pelo desenvolvimento comunitário. O bloco abraçou a ação da Casa Pequeno Davi e todos os anos convida seus foliões a contribuírem com seus projetos.
Segundo a diretora do bloco, Eliane Holanda, o tema já é um trabalho permanente na entidade e o Muriçoquinhas adotou como foco para o próximo ano. Como explicou o representante da Casa no evento, Mirley Jonnes, o grande desafio ainda é mudar a cultura que naturaliza o trabalho infantil. “O carnaval, assim como o verão, é uma época em que esse problema se faz ainda mais visível: é muito comum ver crianças catando latinha nas festas junto com os pais ou sozinhas, só pra citar um exemplo. Temos que garantir que a festa seja realmente democrática e que essas crianças tenham o direito de brincar, ao invés de estarem trabalhando durante a festa”, destacou.
Bloco busca apoio
Em 2012, o Muriçoquinhas celebra 20 anos de desfiles, que ocorrem sempre na “Segunda-Feira da Alegria”, anterior ao carnaval. Cerca de 250 mil foliões entre crianças, adolescentes e adultos participaram da festa em 2011 e o bloco aproveita esta popularidade para discutir temas importantes para seu principal público. Por isso, este será o quinto ano em que o bloco abraça uma causa social.
Mesmo diante do gigantismo da festa, a diretoria ainda tem dificuldades para colocar o bloco na rua. Ao todo, o projeto Muriçoquinhas custa R$ 258,3 mil, sendo que R$ 250 mil poderão ser captados através da Lei Rouanet, já que o projeto foi aprovado pelo Ministério da Cultura. Com isso, pessoas físicas e jurídicas recebem incentivos fiscais para investir até 6% do valor do imposto de renda a pagar no bloco.
A principal dificuldade, de acordo com Eliane, é que o bloco não está associado à Associação Folia de Rua e é independente do bloco Muriçocas do Miramar, não recebendo recursos através destas duas fontes. “Muita gente acha o contrário, mas essa falha da informação nos coloca numa situação complicada a cada ano”, explica, destacando que um bloco infantil exige mais responsabilidade do que um bloco adulto. “Não pode ter erro quando você trabalha com crianças e isso implica em custos para garantir a segurança e a diversão dos nossos pequenos foliões”.
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