COTIDIANO
Elogio a Khadafi pode levar à prisão
De acordo com a lei, se informações ou propaganda a favor de Khadafi "causarem prejuízos" ao Estado, a pena é prisão perpétua.
Publicado em 04/05/2012 às 6:30
As autoridades da Líbia criaram uma nova lei que torna crime elogiar ou glorificar o ex-presidente Muammar Khadafi (morto em outubro do ano passado), os filhos e o governo dele. Se informações ou propaganda a favor de Khadafi ou de sua família "causarem prejuízos" ao Estado, a pena é prisão perpétua. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Transição (CNT), que governa a Líbia desde que Khadafi deixou o poder no ano passado. Antes de anunciar a medida, o conselho chegou a analisar a proposta de proibir a formação de partidos políticos baseados em religiões. Porém, essa possibilidade foi descartada.
Khadafi governou a Líbia por quase 42 anos. Com temperamento ímpar, consolidou um governo autoritário e baseado em regras próprias que mesclava aspectos religiosos, o islamismo, e socialismo.
Saif Al Islam, um dos filhos de Khadafi, está preso na Líbia sob custódia do CNT e aguarda julgamento. O Tribunal Penal Internacional (TPI) também quer julgá-lo por crimes contra a humanidade.
ACUSAÇÃO
O presidente da França e candidato à reeleição, Nicolas Sarkozy, afirmou ontem que são falsas as afirmações do ex-premiê líbio Baghadadi al Mahmudi sobre o financiamento que o conservador teria recebido do ex-ditador Muammar Khadafi em 2007. "Ontem, o Conselho Nacional de Transição, o governo líbio, disse que era falso. O tradutor de Khadafi disse que era falso, o destinatário da transferência bancária também disse que era falso. Essas acusações são uma infâmia, são grotescas", declarou o presidente.
Mais cedo, o primeiro-ministro líbio afirmou que o regime de Khadafi ajudou a financiar a campanha de Sarkozy. "Khadafi, seu regime e os responsáveis que trabalharam com ele financiaram a campanha eleitoral de Sarkozy em 2007", disse à imprensa Beshir Esid, um dos advogados de Mahmudi, preso em Túnis.
A operação foi realizada pelo Fundo Líbio para investimentos africanos, acrescentou Esid, recusando-se a comentar a carta de 2006 publicada pelo site francês Mediapart, que acusa o presidente deste fundo, Beshir Saleh, de ter feito o financiamento.
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