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CULTURA

Jogando a luz dos projetores

Projeto ‘Cinema Paraibano: Memória e Preservação’, visa digitalizar e circular o acervo de produções paraibanas entre 1970 e 1980.

Publicado em 08/08/2012 às 6:00


Fora do território universitário, a efervescente produção cinematográfica pós-Aruanda (1960) era desconhecida do público fora das demarcações acadêmicas.

Registros e obras raras produzidas no Estado entre os anos 1970 e 80 ficaram por muito tempo sem abrir suas janelas para a luz dos projetores, ficando à mercê da deterioração do tempo. Até agora.

Com patrocínio da Petrobras, o Núcleo de Documentação Cinematográfica da UFPB (Nudoc), com apoio do Laboratório de Antropologia Visual da instituição (Arandu), está iniciando o projeto ‘Cinema Paraibano: Memória e Preservação’, que visa digitalizar e circular o acervo de filmes desse período ‘obscuro’ do audiovisual.

“Até agora contabilizamos mais de 17 horas de filmes”, conta o professor e pesquisador Fernando Treva, que coordena o projeto junto com a antropóloga Lara dos Santos Amorim e o realizador Chico Sales. “A previsão de conclusão será para o 1º trimestre de 2013”, informa, calculando que o levantamento resultará por volta de 30 horas de material.

O acervo reunido no Nudoc conta com filmes – na sua maioria curtas-metragens – nas bitolas super-8 e 16mm. “Os filmes em 35mm estão quase em extinção hoje em dia, imagine o super-8 e o 16mm”, lamenta Treva. “A maioria está em bom estado, mas temos que fazer as produções desse recorte (1970-1989) circular.”

O coordenador atenta que por serem originais e não terem cópias, fica arriscado realizar projeções a esmo dessas raridades, já que pode acontecer uma deterioração da película ou algum acidente que a danifique durante a execução.

MOSTRA E SITE
No acervo, a perspectiva de cineastas como Jurandir Moura e Manfredo Caldas, além de realizadores que fazem parte da formação do Nudoc como Marcus Vilar, Torquato Joel, Bertrand Lira, entre outros.

“O projeto veio dar um sopro de vida ao Nudoc, que andava meio jogado às traças, sem o papel original de importante fomentador da produção audiovisual na cidade”, desabafa Bertrand. “Estou no Nudoc desde a origem do núcleo e ele vive atualmente seu pior momento. Por isso, a iniciativa de Fernando e Lara surge como uma luz no fim do túnel. Antes tarde do que nunca.”

Entre as mais antigas, Treva cita o documentário Padre Zé Estende a Mão (1972), sobre a figura popular do catolicismo, também batizado de o ‘Pai da Pobreza’. Há também um longa-metragem pouco conhecido intitulado Uma Questão de Terra (1988), de autoria do documentarista Walter Carvalho.

O patrimônio audiovisual do movimento superoitista é formado por curtas raros como Gadanho (1979), de João de Lima (que coordena atualmente o Nudoc) e Pedro Nunes, sobre os catadores do então Lixão do Róger. “São registros da cidade antes de termos afiliadas de TV por aqui, no começo dos anos 1980, o auge do movimento”, afirma Treva, que sublinha documentações fora da Paraíba como as do lendário Jean Rouch (1917-2004) em Paris, em virtude do intercâmbio da UFPB com a Association Varran.

A reunião do material contou também com a colaboração dos realizadores que cederam do seu acervo particular como Vânia Perazzo, João de Lima, Pedro Nunes, Henrique Magalhães e Manfredo Caldas.

O conjunto soma temas como registros de acontecimentos políticos, trabalho, sexualidade, rituais, questões e problemas urbanos e sociais que serão levantados e identificados em cada produção como forma de incentivar as pesquisas e discussões geradas a partir dos filmes.

De acordo com Treva, faz parte do projeto ‘Cinema Paraibano: Memória e Preservação’ a construção de um site sobre o acervo, previsto para outubro ou novembro deste ano, além de um evento a ser realizado em 2013, onde haverá uma mostra dos filmes, debates e mesas redondas para refletir sobre o período.

Imagem

Jornal da Paraíba

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