ECONOMIA
Sacoleiros têm lucro reduzido
Valorização do Dólar nos útimos meses vem tirando rentabilidade dos comerciantes paraibanos, que vendem produtos importados.
Publicado em 19/08/2012 às 13:43
Alta do dólar nos últimos meses começa a prejudicar comerciantes do varejo de importados do Paraguai, em João Pessoa. Dentre os produtos mais procurados na capital estão os celulares e acessórios relacionados. De acordo com o último levantamento do Sindicato do Comércio de Venda de Ambulantes, Feirantes, Sacoleiros e Quiosqueiros, foram contabilizados 438 sacoleiros na cidade – sendo a maioria em atividade informal.
Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em junho deste ano, o Paraguai ficou na nona posição de países que mais importam para o Brasil. A China e os Estados Unidos lideraram o ranking. O vendedor de eletrônicos Josias da Silva compra suas mercadorias de um fornecedor em Recife. Ele afirma que, em virtude do quadro econômico atual, seus lucros foram reduzidos de 30% para 20% sobre o custo do produto. “Se o preço sobe, o cliente não compra. Daí nós somos obrigados a baixar os preços e reduzir os lucros. A situação vai ficando difícil para quem vende”, comenta.
Conforme o economista Celso Mangueira, o Paraguai apresenta uma das economias com baixo grau de desenvolvimento da América do Sul, pois tem um setor industrial recente e uma dependência muito forte do comércio informal de bens de consumo exportados para Brasil, Argentina e Uruguai. Este setor, somado à agricultura, corresponde a quase 75% do Produto Interno Bruto (PIB) daquele país.
Recentemente, por causa da crise internacional, investidores passaram a fugir de outras aplicações para apostar no dólar, optando pela liquidez e segurança da moeda americana. “Como a cotação da moeda varia, como o preço de qualquer produto comercializado, segundo a lei da oferta e procura e com o aumento da procura por dólar e a redução da sua entrada no mercado brasileiro o preço dessa moeda foi elevado”, explica.
Verônica Pereira é comerciante no Shopping Terceirão em João Pessoa, ela e o marido viajam entre cinco e seis vezes ao ano para o Paraguai para comprar as mercadorias que comercializam na capital. Segundo ela, houve queda nas vendas nos últimos dois meses. “O preço do dólar vem pesando no nosso bolso e o cliente sente, porque temos que repassar os valores”, comenta.
Com menos dinheiro no bolso, Verônica pode ter que importar menos produtos em suas próximas viagens. Sendo assim, os efeitos do aumento do dólar não só prejudicam os comerciantes locais, mas a economia do país de origem das mercadorias.
Celso Mangueira afirma que, o grau de vulnerabilidade do Paraguai à crise econômica vinda do exterior é muito grande, por isso, a redução da importação dos produtos paraguaios afeta fortemente a economia do país.
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