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CULTURA

50 anos do 'pai' do naïf

Precursor do estilo naïf e integrando acervos internacionais, paraibano Alexandre Filho, segue pintando em seu ateliê.

Publicado em 16/01/2014 às 6:00 | Atualizado em 26/05/2023 às 17:32

Segundo Ezra Pound (1885-1972), existem basicamente três categorias de artistas: os inventores (aqueles que criam um processo), os mestres (aqueles que combinam os processos criados pelos inventores) e os diluidores (aqueles que apenas reproduzem o trabalho feito pelos outros dois). Na arte naïf, Alexandre Filho seria um inventor que, há exatos 50 anos, desbravava o primitivismo moderno e se tornava um dos precursores do estilo no Brasil.

Foi em 1964 que o paraibano de Bananeiras assinou suas primeiras telas no Rio de Janeiro (RJ), onde chegou para trabalhar como operário na fábrica da General Eletric (GE) e projetou-se após participar de três edições consecutivas do Salão Nacional de Arte Moderna (entre os anos de 1966 e 1968).

"Antes de mim, nenhum outro artista naïf participou do Salão, que tinha um certo preconceito e não a considerava este tipo de arte como contemporânea", conta Alexandre Filho, que hoje ostenta em seu currículo várias coletivas internacionais.

Quem primeiro atentou para o talento do jovem foi o escritor, editor e artista plástico Luiz Canabrava (1926-2000), que lhe introduziu na atmosfera cultural do bairro de Santa Tereza (no Centro do Rio) e incentivou o operário a largar o emprego na fábrica.

"Eu segui o conselho que me parecia arriscado, mas que acabou dando certo depois que o Jornal do Brasil me deu meia página e começaram a aparecer os primeiros compradores", lembra o artista.

O retorno à Paraíba se deu em 1982, depois que um irmão que morava em Campo Grande (MS) vendeu uma casa e decidiu voltar para o Nordeste.

"O Rio de Janeiro estava muito violento e eu achei melhor embarcar junto com ele. Morei primeiro em Nova Cruz (no Rio Grande do Norte) e depois em Guarabira, durante 10 anos, antes de me estabelecer em João Pessoa."

Aos 79 anos (na certidão de nascimento consta que o artista nasceu em 1932, mas a data real, modificada em cartório, é 1935), Alexandre Filho segue pintando em seu ateliê no bairro de Mangabeira, apesar de um problema de catarata com o qual está tendo que lidar nos últimos meses.

"Eu comecei a pintar quando criança e, de lá pra cá, nunca mais parei. Infelizmente, o problema de visão me impediu de preparar uma comemoração em torno dos 50 anos, mas vou continuar pintando", assevera.

Atualmente, além de integrar acervos brasileiros e europeus, Alexandre Filho está com uma de suas telas exposta na Estação das Artes, na coletiva que comemora os 33 anos da Galeria Gamela. A obra intitula-se Curimataú e homenageia a sua adolescência, quando serviu a Aeronáutica na região.

Sobre a pintura naïf, Alexandre Filho evita encará-la como um rótulo: "Quando pinto, não me preocupo se sou naïf ou não. Sou, acima de tudo, um artista plástico."

Imagem

Jornal da Paraíba

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