POLÍTICA
Senado aprova obrigatoriedade do diploma de jornalista
Emenda, porém, terá ainda de ser votada em segundo turno pelo plenário do Senado, mas ainda não há data para essa votação.
Publicado em 30/11/2011 às 17:32
O plenário do Senado aprovou na tarde desta quarta-feira (30), em primeiro turno, por 65 votos a favor e 7 contrários, a proposta de emenda constitucional (PEC) que estabelece a exigência do diploma de curso superior como requisito para o exercício de jornalista. Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) havia derrubado a exigência do diploma para jornalistas.
A emenda, porém, terá ainda de ser votada em segundo turno pelo plenário do Senado, mas ainda não há data para essa votação. Se aprovada em segundo turno, a PEC vai para a Câmara dos Deputados, onde também terá de passar por dois turnos de votação. Se for modificada na Câmara, a emenda volta para nova apreciação do Senado.
Os senadores se revezaram na tribuna em discursos a favor e contra a proposta, de autoria do senador Antonio Carlos Valladares (PSB-SE). O relator da matéria, senador Inácio Arruda (PC do B-CE) defendeu a exigência do diploma. O líder do PT, Humberto Costa (PE), pediu à bancada que votasse a favor da PEC. "Entendemos que isso é extremamente justo", afirmou.
Para Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), "o que se fez aqui foi contornar a decisão do STF. Não há aqui nenhum interesse público na aprovação dessa PEC". Para Aloysio Nunes, a atividade de jornalista "é instrumento ligado à liberdade de expressão. Nâo cabe nenhum tipo de restrição".
Fernando Collor (PTB-AL) disse que a proposta é o "embrião para o controle 'social' dos meios de comunicação". "Nesses últimos anos, esses cursos de jornalismo, o que mais têm feito, é formar analfabetos funcionais", criticou.
STF
A exigência do diploma foi derrubada em junho de 2009 pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na ocasião, por oito votos a um, os ministros atenderam a um recurso protocolado pelo Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão no Estado de São Paulo (Sertesp) e pelo Ministério Público Federal (MPF), que pediam a extinção da obrigatoriedade do diploma.
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