ESPORTES
Simões é contra o novo 'Gol de Placa'
Presidente do Campinense fez acusações ao governo do Estado e afirmou que programa visa beneficiar Nelson Lira, que é empresário.
Publicado em 20/12/2013 às 6:00 | Atualizado em 12/05/2023 às 14:35
Ao contrário da maioria dos outros dirigentes de clubes paraibanos, o presidente do Campinense, William Simões, não gostou nada das mudanças no Programa Gol de Placa, em lei de autoria do Governo da Paraíba e aprovada na última quarta-feira pela Assembleia Legislativa.
O dirigente acredita que as medidas do governador Ricardo Coutinho são eleitoreiras e causarão um grande prejuízo para os clubes, "beneficiando somente o Botafogo".
William Simões conta que solicitou o projeto, para estudá-lo e poder dar uma opinião prévia, mas tanto ele quanto os dirigentes do Treze não tiveram acesso ao documento. O presidente calcula que as medidas propostas podem render um prejuízo de cerca de R$ 500 mil.
"O Campinense não concorda com as mudanças. Fizemos as contas e vamos perder muito dinheiro. Não tem condições de vendermos 50 mil bilhetes através do cupom fiscal e vender ingressos até 10 reais. Dessa forma perderíamos por volta de R$ 500 mil. Conversei com o presidente do Treze (Eduardo Medeiros) e ele também disse que não concorda", revelou.
O mandatário da Raposa, no entanto, acredita que as mudanças no programa para 2014 visam exclusivamente as eleições para o governo e que apenas o Botafogo foi beneficiado, já que o presidente do clube, Nelson Lira, é dono de postos de gasolina.
"É uma maneira de fazer política com os clubes. É uma medida eleitoreira, até porque estamos perto das próximas eleições. O projeto tem que ser revisto. Para o Botafogo foi muito bom porque o presidente do time é dono de empresas. Agora, o resto dos times terão que se virar", completou o presidente rubro-negro.
SECRETÁRIO RESSALTA QUE GOVERNO OUVIU CLUBES
O secretário de Juventude, Esporte e Lazer do Governo da Paraíba, Tibério Limeira, rebateu nesta quinta-feira as declarações do presidente do Campinense, William Simões, que classificou como “eleitoreira” a lei que modificou o Programa Gol de Placa. Segundo o secretário, dez dias antes de enviar o projeto para a Assembleia Legislativa da Paraíba, o governador Ricardo Coutinho reuniu representantes dos dez clubes participantes do Campeonato Paraibano para apresentar as modificações, e que naquela oportunidade nenhuma agremiação fez ressalvas.
Segundo Tibério, os representantes de clubes se reuniram na Cinep pela manhã com ele e com o secretário da Receita, Marialvo Laureano. E à tarde, foram recebidos pelo governador Ricardo Coutinho no Palácio da Redenção.
"Vi com muita tristeza as declarações do presidente do Campinense, porque o clube foi consultado sobre o Gol de Placa. No dia do encontro, ele não se manifestou e não se colocou contrário ao projeto", rebateu.
Em seguida, o secretário disse que a única reclamação, vinda do Treze, era sobre a pressa que se estava tendo para levar o projeto à Assembleia Legislativa. Mas que mesmo assim a ponderação trezeana foi exclusivamente sobre prazos e não sobre o conteúdo da lei. "Tínhamos que aprovar a lei antes do fim do ano para que ela já valesse para 2014. Por isto nos apressamos. Mas repito: nenhum dos clubes, nem mesmo o Campinense, fez críticas ao projeto quando foi chamado para discuti-lo".
Passando a defender o projeto, Tibério disse que a nova lei traz mais benefícios ao torcedor, sem que haja perda financeira aos clubes. Ao contrário, ele destaca que o Gol de Placa 2014 vai destinar um valor até maior que o dos anos anteriores. "Ganha o clube e o torcedor", resumiu. (Do GloboEsporte.com)
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