ECONOMIA
Setor de cargas da Paraíba antecipa 'Natal'
Embalado pelas encomendas de final de ano do comércio, o setor de transporte prevê alta de 15% entre julho e outubro
Publicado em 16/09/2011 às 7:51
Natália Xavier
Comemorando o 'Natal' antecipado, o setor de transporte de cargas da Paraíba deverá crescer entre os meses de julho e outubro 15% em relação ao mesmo período do ano passado. Os pedidos das encomendas do comércio para formar o estoque das vendas de final de ano concentram a maior alta do setor de cargas.
O pico do setor de transportes (maior volume de cargas) acontece entre setembro e novembro.
A previsão do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado da Paraíba (SETCEPB) é de 5% de alta nos doze meses deste ano sobre o ano passado. Apesar da estimativa do crescimento menor, o presidente do SETCEPB, Arlan Rodrigues, comenta que o incremento ficará abaixo das expectativas. “Nos anos anteriores vínhamos crescendo em torno de 20% entre os meses de julho e outubro, mas neste ano, por causa das restrições de crédito e das taxas de juros impostas pelo governo federal por causa da economia mundial, deveremos crescer abaixo do esperado”, apontou.
Para o gerente da unidade da transportadora Rapidão Cometa em João Pessoa, Airton Correia, mesmo ficando um pouco abaixo dos índices dos anos anteriores, o crescimento ainda é considerado satisfatório. “O que o governo precisa fazer é manter o mercado interno aquecido e o consumo interno em alta”, comenta.
Contratações
O aumento no volume de cargas transportadas no segundo semestre gera mais empregos no setor. De acordo com o gerente da Transportadora Atlas na Paraíba, Marcelo Capdeville, a empresa aumentou o quadro em 10% e deve contratar ainda mais. “Temos hoje em torno de 35 veículos e 50 funcionários, cinco deles contratados no último mês. Devemos contratar mais 12 funcionários até o final do ano”, projeta otimista. A empresa trabalha com cargas não perecíveis, onde se destacam o transporte de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, medicamentos e roupas. A Atlas vai descolar da médias prevista no Estado e faturar mais este ano.
O gerente Marcelo Capdeville afirma que o aumento no volume de cargas 'importadas' que entraram no Estado nos sete primeiros meses deste ano já elevou em 15% o serviço, quando comparado ao mesmo período do ano passado. “Os quatro primeiros meses do ano foram excelentes, mas tivemos uma pequena queda em maio. Os outros meses ajudaram na recuperação, e a previsão é que tenhamos um crescimento de cerca de 30% em relação a 2010”, finaliza.
Logística rodoviária
eleva frete em 22%
Dados do estudo do Instituto de Logística e Supplay Chain, no Brasil, entre os anos de 2006 e 2011, mostram que o valor médio cobrado pelo frete sofreu um aumento de 22%. Além disso, as empresas brasileiras estariam gastando cerca de 8,5% da receita líquida somente com logística.
Na Paraíba, segundo o SETCEPB, 80% das cargas utilizadas pela indústria e comércio são transportadas por rodovias. Para reduzir os custos do frete e consequentemente o valor gasto pelas empresas com logística, Arlan Rodrigues acredita que é necessário investir em melhorias nas estradas.
“Aqui na Paraíba temos a BR-230 que é muito boa e a BR-101 também, mas temos ainda muitas estradas com vários problemas. Além disso, precisamos transportar cargas de Estados do Sul e Sudeste que também são cortados por rodovias ruins. Se temos estradas ruins, além de levar mais tempo para a entrega, também gastamos mais com a manutenção do veículo”, ponderou.
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