Quilo do pão francês sobe até 23,75% em JP

Quem compra a tradicional sacola de pão francês todo final de tarde está sentindo um peso cada vez maior na carteira. Não sem razão: o preço do alimento está entre os que mais subiram nos últimos 12 meses, acumulando uma alta de 13,82% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA/IBGE) do mês de março, mais do que o dobro da inflação, atualmente em 6,15%. Mas em algumas panificadoras de João Pessoa o quilo do preço do pão francês neste mês já disparou, subindo até 23,75%.

Nas padarias da capital, o preço do pão varia de R$ 7,99 até R$ 10,79, porém alguns estabelecimentos ainda não efetuaram o reajuste dos preços.

“O preço do pão é muito sujeito a essas variações”, explica Romualdo Farias, presidente do Sindicato da Indústria de Panificação da Paraíba (Sindipan).

“Estiagem, oscilação do dólar, todos esses fatores atingem o preço do trigo”, conta. Ele estima a alta do preço da saca de farinha de trigo nos últimos 6 meses em 30%. “Se alguma padaria ainda não repassou o preço para o consumidor, certamente vai repassar”, alerta, mesmo com o receio de retração no consumo.

Segundo o gerente da padaria Flor das Neves, Tony Ramos, o preço da saca de farinha de trigo com 50kg, principal insumo do pão francês também disparou. Atualmente, a saca está sendo adquirida por R$ 105,00, alta de até 31,25%. “No final do ano passado chegou a R$ 80,00, mas esse ano só subiu”, diz o gerente. O repasse na panificadora para o quilo do pão ao consumidor deverá ser bem menos (4%). Segundo Ramos, o preço que atualmente é de R$ 7,70 deve ser reajustado, a partir de maio, para mais de R$ 8,00.

Já na Pão e Massas, o reajuste foi efetuado na última semana, passando de R$ 8,00 para R$ 9,90, alta de 23,75%. Segundo Soraya Brito, proprietária do estabelecimento, a saca de farinha, em alguns distribuidores já está sendo adquirida por R$ 110,00. “Varia muito, mas há algum tempo está estabilizado”.

Segundo ela, o reajuste do pão francês não cobre todas as despesas, sobretudo por conta do cereal.

“Ainda fica defasado. Para compensar, temos de ganhar com outros produtos, diversificar a linha. Se aumentar mais do que isso, os clientes não compram”, revela.